A polícia mudou a técnica de investigação do caso envolvendo a estudante de direito Viviane Alves Guimarães, de 21 anos, que, em dezembro do ano passado, morreu ao cair da sacada do sétimo andar do prédio onde morava, no Morumbi, zona sul da capital paulista. Ela era estagiária de um dos maiores escritórios de advocacia do País e teria apresentado alteração brusca de humor poucos dias após a festa de fim de ano da firma.
Desde o início da semana, o inquérito passou a ser presidido por três delegados. A ideia é dar celeridade aos trabalhos. As informações serão centralizadas por um dos delegados.
Uma das frentes de investigação será focada na questão dos fármacos e drogas que podem ter influenciado o comportamento da universitária, incluindo o medicamento prescrito pela médica que atendeu a jovem em um hospital da capital, dias depois da confraternização do escritório. O remédio costuma ser indicado em casos de epilepsia e mudança de humor.
A outra parte da investigação será focada no aspecto da sexualidade. Entre os enfoques está o suposto estupro que Viviane relatou à mãe. No boletim de ocorrência, a mãe disse que a filha declarou ter sido violentada na noite da festa da firma, em 24 de novembro ? nove dias antes do suicídio. Revelou ainda que Viviane contou ter bebido duas taças de champanhe e que tinha apenas flashes de memória da festa.
O terceiro delegado ficará responsável por apurar, entre outros, se houve assédio moral e sexual em relação a Viviane. À polícia, a mãe da estudante de direito relatou que a estagiária reclamava ?por estar sofrendo um intenso assédio do chefe no trabalho?.
Em nota, divulgada na semana passada, o escritório afirmou que não há indícios de qualquer relação direta ou indireta entre o evento comemorativo e a morte da jovem. Acrescentou que sempre proporcionou um ambiente ético e negou qualquer fato que tenha fugido a essa conduta.
Neste terça-feira (8), a polícia ouviu três funcionários do buffet onde a confraternização do escritório de advocacia foi realizada; a médica que prescreveu o remédio poucos dias antes de Viviane morrer; a farmacêutica que deu assistência para o balconista vender o medicamento, além do próprio funcionário.
Até agora, aproximadamente 35 pessoas prestaram depoimentos, entre elas, amigos de infância de Viviane, colegas de trabalho e de faculdade, além de familiares da universitária.