Leandro Boldrini está preso
A Polícia Civil de Três Passos, na Região Norte do Rio Grande do Sul, solicitou um novo depoimento do médico Leandro Boldrini, suspeito de matar o filho Bernardo, em abril. De acordo com a delegada Caroline Bamberg, ele deve ser submetido, agora, ao detector de mentiras. Além dele, Graciele Ugulini, madrasta da criança, e a assistente social Edelvania Wirganovicz estão presas.
"Estamos esperando a resposta do advogado", afirmou Caroline.
Bernardo Boldrini foi encontrado morto no dia 14 de abril, enterrado em um matagal em Frederico Westphalen, no noroeste gaúcho, a cerca de 80 km de Três Passos, onde morava com o pai, a madrasta Graciele Ugulini e a meia-irmã. Ele estava desaparecido desde 4 de abril.
Boldrini está preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), localizada na Região Metropolitana de Porto Alegre. O G1 tenta contato com o advogado de defesa de Leandro.
Família protocola pedido para reabrir caso de morte de mãe
O advogado da avó materna de Bernardo, Marlon Taborda, protocolou na quarta-feira (7) um pedido requerendo a reabertura da investigação policial que em 2010 apontou para um suicídio de Odilaine Uglione, mãe do menino. Após o assassinato da criança, a família materna quer que as provas técnicas do inquérito arquivado sejam novamente analisadas.
De acordo com o inquérito da polícia, Odilaine cometeu suicídio com um tiro na boca dentro do consultório do pai de Bernardo, Leandro Boldrini, no dia 10 de fevereiro de 2010. No documento, consta que ela comprou um revólver calibre 38 pouco antes de ir à clinica. Além disso, também há o registro de um bilhete em que a secretária do médico, Andressa Wagner, entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de Odilaine. O processo conta com depoimentos de testemunhas que estavam na sala de espera no dia da morte e com documentos referentes a uma possível divisão da pensão a ser paga após o processo de separação do casal.
Para Taborda, o dado mais relevante para provocar a reabertura da investigação seria a identificação de resquícios de pólvora na mão esquerda. "Ela não era canhota, era destra. Isso já possibilita uma nova leitura do caso. Não queremos criar teoria da conspiração, mas o caso tem que ser melhor investigado", disse ao site.
Entenda
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.
"O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada", relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.
O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. Na segunda-feira (14), o corpo do garoto foi localizado. De acordo com a delegada responsável pela investigação, o menino foi morto por uma injeção letal, o que ainda precisa ser confirmado por perícia. A delegada diz que a polícia tem certeza do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumiço do menino, mas resta esclarecer como se deu a participação de cada um.