A Polícia Civil da Bahia prendeu três pessoas - dois homens e uma mulher - acusadas de matar uma mulher com soda cáustica em Salvador. Emanuela Falcão Sarkis, 33 anos, foi assassinada no dia 19 de maio, no chamado Beco do Cadeirudo, no bairro Sussuarana, na capital baiana. O corpo dela foi encontrado com o rosto desfigurado pelo produto químico, e também tinha um corte no pescoço.
Os três acusados pelo assassinato foram presos em diferentes bairros de Salvador na última segunda-feira, durante a Operação Acauã, mas a Polícia Civil só divulgou as prisões nesta quarta-feira. Amanda da Silva Santana, 28 anos, Cristiano Passos da Silva, 34 anos, e Lucas de Jesus Santos, 27 anos, confessaram que planejaram e executaram o homicídio para roubar R$ 6 mil que Emanuela tinha em uma conta bancária.
Amanda conheceu Emanuela em um posto de saúde no bairro do Barbalho, e as duas ficaram amigas. Porém, a situação financeira de Emanuela chamou a atenção de Amanda - a primeira recebia uma pensão e tinha dois imóveis alugados em bairros nobres da cidade. A mulher descobriu a senha da conta bancária da amiga e encomendou a morte dela ao ex-companheiro, Lucas, e a um comparsa dele, Cristiano, conhecido como "Bosta Rala" - o último recebeu R$ 1,5 mil retirados da conta da vítima.
Segundo a delegada Clelba Regina Teles, titular da 2ª Delegacia de Homicídios de Salvador, Emanuela era alcoólatra e passou três dias consumindo bebida alcoólica na casa de Amanda, no bairro do Pero Vaz. Os dois homens aproveitaram o momento em que ela estava embriagada e a retiraram do local.
Eles pegaram um táxi até a chamada Curva da Morte, no bairro de Sussuarana. O taxista, no entanto, desconfiou do grupo e pediu que eles saíssem do carro. Cristiano confessou ter aplicado uma "gravata" em Emanuela, e os dois a levaram até o Beco do Cadeirudo.
Em seguida, Lucas jogou soda cáustica no rosto da mulher, segundo a Polícia Civil. De acordo com a delegada Clelba, o laudo ainda não foi concluído, mas os peritos acreditam que a causa da morte tenha sido asfixia devido à ação do produto químico. Os homens também cortaram o pescoço de Emanuela, mas o corte não perfurou os músculos, disse a delegada.
Depois do crime, os dois homens confessaram que foram a um bar perto da Estação Pirajá e consumiram bebida alcoólica até amanhecer. Emanuela tinha um filho de quase 2 anos que seria batizado por Amanda, segundo a própria acusada.
Os três suspeitos devem ser indiciados por homicídio duplamente qualificados. A delegada Clelba afirmou que só aguarda a conclusão de alguns laudos para encerrar o inquérito e enviá-lo ao Ministério Público da Bahia (MP-BA).