A Polícia do Rio prendeu cinco suspeitos pela morte do torcedor alvinegro Diego Silva dos Santos, de 28 anos, na manhã dessa quinta-feira (23). Uma megaoperação foi realizada pela Polícia Civil do Rio para cumprir 20 mandados de prisão de integrantes da Torcida Jovem do Flamengo. Desses, oito teriam participado diretamente da morte do torcedor do Botafogo no dia 12 do mês passado no entorno do Engenhão, na Zona Norte da cidade e foram indiciados por homicídio e organização criminosa. Três suspeitos do crime estão foragidos.
Ao ser interrogado pelos policiais, um dos presos na operação disse que 'a filosofia da Torcida Jovem é para atacar e ir para brigar'. "Ele deixou claro que a ideologia que prevalece na torcida não é ir para torcer, é ir para brigar", explicou o delegado Fábio Cardoso, ressaltando que os suspeitos ainda se vangloriam dos crimes que cometem. Em uma das imagens obtidas pela polícia, o presidente da Torcida Jovem do Flamengo aparece com a camisa de Diego amarrada no tornozelo, como uma espécie de troféu.
"Isso aí a gente conseguiu apurar que é como se fosse um gesto de uma demonstração da vitória, que venceu o opositor. É como se fosse um troféu. Então, ele agride, faz a pessoa desmaiar ou mata a pessoa como foi o caso do Diego, arranca a camisa dele e depois amarra na perna, como um gesto, um significado, como se fosse um troféu pela vitória, naquela guerra, que nesse caso foi matar um botafoguense.
Dos oito procurados por envolvimento na morte de Diego, três estão foragidos, segundo a polícia: Wallace Motta, presidente da TJF Rafael Maggio Afonso, vice-presidente Fábio Pinheiro, o Playboy
Foram presos: Rafael Camelo, diretor da TJF Vitor Portencio Adonai Santos Rogerio Silva Guinard Herbert Sabino de Paula.
Durante a ação da polícia, foram apreendidos diversos porretes que, segundo os delegados, tinham pregos cravados nas pontas para machucar mais os adversários das torcidas rivais.
Na casa de um dos suspeitos, que seria o diretor financeiro da TJF, foram apreendidos R$ 20 mil. Também foram encontrados uma granada, um soco inglês e um pino com um pó branco que será levado para análise para saber se é cocaína.
“O acusado Vitor permanecia com a camisa da vítima suja de sangue na casa dele, quarenta e cinco dias após o crime. Isso é uma prova muito importante. Esses integrantes de torcida guardavam camisetas, bandeiras e outros ícones como prêmios", destacou o delegado Daniel Rosa, um dos responsáveis pelas investigações da Divisão de Homicídios.
De acordo com o delegado, Rogerio foi um dos responsáveis por enfiar os espetos na vítima, após roubar os espetos de churrasco de ambulantes que trabalham na região. Entre os órgãos atingidos estão o coração, o estômago e o pâncreas da vítima.
Os oito suspeitos pela morte de Diego já tinham passagens anteriores pela polícia por brigas de torcida. "Investigamos 2,1 mil pessoas que integram a Torcida Jovem do Flamengo. Algumas delas já tinham mandados de prisão em aberto e estamos na rua a procura por eles, mas eles não têm relação direta descoberta com o crime por exemplo. São mandados em aberto por tráfico de drogas, homicídios, pensões alimentícias e outros crimes", destacou o delegado Daniel Rosa.
Na casa dos suspeitos os agentes apreenderam uma grande quantia em dinheiro, porretes, soco inglês, morteiros e acessórios da torcida organizada do Flamengo.
De acordo com a investigação, dos 2.100 integrantes da Torcida Jovem do Flamengo, pelo menos 12 estavam foragidos por crimes como homicídio, roubo e dano ao patrimônio. Os oito suspeitos de matar o torcedor alvinegro teriam golpeado a vítima com um espeto de churrasco roubado de um bar. Diego morreu de hemorragia interna e externa..
De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal, Diego morreu após ter sido atingido várias vezes por um objeto "perfuro contundente".
Por volta das 12h, a Polícia Civil continuava realizando buscas para prender os outros 12 suspeitos que não têm relação direta com a morte do torcedor alvinegro. No mesmo horário, ainda não tinha sido divulgado se algum desses mandados tinha sido cumprido.