A Polícia Civil prendeu na quarta-feira (29) dois membros da Adud (Assembleia de Deus dos Últimos Dias) suspeitos de coagirem testemunhas de um dos processos contra o pastor Marcos Pereira, acusado de estupro, homicídio e tráfico de drogas. Lúcio Oliveira Câmara Filho e Daniel Candeias da Silva tiveram mandado de prisão cumpridos por policiais da 64ª DP, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Eles foram presos quando se preparavam para um culto na igreja.
Havia também um mandado de prisão contra o pastor Marcos, mas ele já está preso. Os três são acusados por coagirem testemunhas do processo que investiga uma suposta ligação dos membros da igreja com o tráfico de drogas.
O pastor Marcos começou a ser investigado há pouco mais de um ano, a partir de acusações que o coordenador da ONG AfroReggae, José Júnior, fez sobre o suposto envolvimento de Marcos Pereira com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ao longo das investigações, a polícia descobriu que o pastor teria estuprado algumas fiéis, entre elas três menores de idade.
O líder da Adud está preso desde o dia 8 de maio no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio, por causa das acusações de abuso sexual. Ele é investigado ainda pela suposta participação em quatro homicídios, esquemas de lavagem de dinheiro e organização de orgias com menores de idade em um apartamento em Copacabana avaliado em R$ 8 milhões e registrado em nome da igreja.
As pessoas eram chamadas para cultos, mas Pereira as forçava a participar da orgia para "serem purificadas", segundo as investigações da polícia. As investigações dão conta ainda de que o pastor costumava agir com violência, e que obrigava mulheres a fazer sexo com mulheres e homens a transar com homens.
Um dos assassinatos no qual o pastor estaria envolvido seria o de uma jovem que descobriu as orgias e teria tentado denunciá-lo. Um sobrinho do pastor também estaria envolvido nesta morte.
Por meio de nota divulgada no Facebook do pastor Marcos, o vice-presidente da Adud, identificado como Luis Carlos, diz que os dois membros da igreja não cometeram nenhum crime e que não há prova contra eles.
"Tanto o Evangelista Daniel quanto o evangelista Lúcio são pessoas de bem e são vítimas da mesma conspiração que prendeu nosso pastor. Quem os conhece pode constatar que eles são incapazes de praticar qualquer crime", diz a nota.