A Polícia Civil do Rio Grande do Sul procura o pai de santo Sinval Nunes dos Santos Junior suspeito de ter enterrado viva a empresária gaúcha do ramo hoteleiro Solange Alves da Silva, de 53 anos. De acordo com o delegado Rodrigo Zucco, responsável pelas investigações, a família de Solange registrou queixa do desaparecimento dela no dia 5 de fevereiro, mas o crime só foi solucionado nesta segunda-feira.
O resultado de um exame de DNA realizado pelo Instituto Geral de Perícia (IGP) comprovou que o corpo encontrado em uma área de reflorestamento de uma empresa produtora de papel, em Guaíba, é o da empresária.
De acordo com Zucco, a polícia descobriu o assassinato após investigar o homicídio de um jovem viciado em crack. "Ouvimos os pais dele e eles disseram que o filho um dia contou que alguns amigos haviam enterrado uma mulher viva na área de reflorestamento desta empresa", afirma.
A polícia vasculhou o local, de cerca de 10 mil hectares, e encontrou uma cova de concreto, onde, após escavação, o corpo foi localizado. "É um local de difícil acesso, no meio de uma plantação de Eucalipto. Se não fosse o rapaz contar para o pai, talvez nunca acharíamos", diz.
Com o rastreamento dos dados bancários da vítima, a polícia chegou aos suspeitos do crime. "Eles falsificaram a assinatura de um cheque e sacaram R$ 27 mil da conta dela. Em outro banco, tentaram sacar outros R$ 100 mil, mas o dinheiro foi bloqueado", explica o delegado. Para ele, não há dúvidas de que o crime foi premeditado para a "obtenção de vantagem financeira".
Segundo Zucco, o pai de santo era amigo da vítima e teria sido ele quem a teria atraído para o local com a promessa de realizar um "trabalho de umbanda" para que ela tivesse mais sucesso na carreira. "Ela acreditava nisso e ele já teria feito alguns trabalhos para ela", afirma o delegado. O corpo, diz ele, foi encontrado com um capuz preto, "como se fosse uma bruxa". Dois suspeitos foram presos e o pai de santo segue foragido. A polícia não descarta que o jovem viciado tenha sido morto por ter revelado o crime e não sabe se ele ele teve participação no caso.