Peritos da Polícia Civil farão a reconstituição do assassinato da advogada Mércia Nakashima às 18h desta sexta-feira (17), em Nazaré Paulista, a 64 km de São Paulo. A reprodução será baseada no depoimento de um pescador, que afirma ter visto o carro da vítima ser empurrado por um homem para dentro da represa que leva o nome da cidade.
Mércia desapareceu no dia 23 de maio deste ano, depois de almoçar com a família na casa da avó, em Guarulhos, na Grande São Paulo. A polícia começou a investigar o sumiço, e o ex-namorado da advogada, Mizael Bispo, foi apontado como principal suspeito do crime.
No dia 10 junho, bombeiros encontraram o carro da advogada dentro da represa de Nazaré Paulista, depois que a família recebeu uma denúncia anônima. O corpo de Mércia foi encontrado no dia seguinte e reconhecido por parentes.
A polícia aguardava a mudança da fase da Lua para reconstituir o assassinato da advogada. Nesta sexta-feira (22), ela estará crescente, assim como na data em que Mércia desapareceu.
A reconstituição também deverá avaliar a versão de outro suspeito do crime, o vigia de um posto de gasolina em Guarulhos que é apontado pela polícia como parceiro de Bispo no assassinato. Evandro Bezerra da Silva trabalhou com o ex-policial militar em uma firma de segurança e foi visto conversando com ele no dia do desparecimento da advogada.
A simulação, pedida pelo Ministério Público, foi autorizada pela Justiça. O advogado de Mizael Bispo chegou a exigir a reconstituição. Samuel Haddad Junior diz acreditar que, só assim, será possível checar se o pescador tinha condições de ver alguma coisa no escuro. O ex-PM e ex-namorado de Mércia nega envolvimento na morte.
História em quadrinhos
Outra reconstituição foi feita por peritos da polícia no dia 11 de agosto. Eles refizeram o caminho que Bispo diz ter feito no dia em que Mércia desapareceu. Além do depoimento dele, a polícia usou o GPS do carro para determinar o trajeto feito pelo acusado.
O trabalho deve render um storyboard ? espécie de história em quadrinhos ? com fotos do que aconteceu em 23 de maio. A equipe fotografou, inclusive, o local em que o vigia Evandro Bezerra da Silva, também acusado de ter participado do crime, supostamente se encontrou com Bispo.
O delegado que cuida do caso, Antônio de Olim, disse que o registro fotográfico deve ser usado no tribunal para uma compreensão melhor do crime por parte dos jurados. A Justiça ainda não decidiu se Bispo será levado a júri popular, e Mizael Bispo e Evandro Bezerra da Silva tiveram prisão revogada pela Justiça.