Filho é suspeito de matar por asfixia a mãe; corpo foi achado pela família

O principal suspeito é Ricardo Beltrão Salgado, de 48 anos, filho que morava com ela.

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Ao contrário do que fazia diariamente, a dona de casa Maria Eunice Beltrão Salgado, de 67 anos, não ligou para a filha Cíntia Salgado, a fim de saber como havia sido seu dia. Na noite da última sexta-feira, ao procurar pela mãe, pois ela não retornava as ligações, Cíntia e um irmão se depararam com a cena que gostariam de esquecer: a mãe morta, asfixiada, em cima da cama, no quarto dela, com a TV e o aparelho nebulizador ligados. O principal suspeito é Ricardo Beltrão Salgado, de 48 anos, filho que morava com ela, num apartamento de classe média na Rua Delgado de Carvalho, na Tijuca. O delegado de plantão na Divisão de Homicídios, André Leiras, requereu o mandado de prisão temporária, por 30 dias, contra Ricardo. A ordem já foi expedida pela Justiça, e o acusado está foragido.

Logo que chegou ao local, a filha percebeu que havia algo errado. Já era noite, e as luzes estavam apagadas na casa da mãe. A porta principal do apartamento estava trancada, sem sinais de arrombamento, mas um detalhe chamava a atenção: na fechadura, havia uma fita isolante preta, colada em forma de cruz. Depois da porta arrombada pela família, foi possível perceber que não havia sinais de roubo, pois tudo estava arrumado, como Eunice costumava manter. Do quarto de Maria Eunice, que estava trancado, vinha o som da TV e do nebulizador. A porta do cômodo também foi arrombada, e, nessa hora, a filha e o irmão, que é médico, se depararam com a vítima usando a máscara do nebulizador. Peritos constataram que havia marcas de que a dona de casa fora morta.

? A vítima apresentava equimoses no nariz. A perícia constatou que alguém pôs a mão sobre o nariz dela para asfixiá-la. Não há dúvidas de que houve um homicídio qualificado. A hipótese de roubo está totalmente descartada. Requeri a prisão do filho que morava com ela e que está foragido. Estamos tentando descobrir o motivo do crime ? explicou o delegado André Leiras.

A suspeita sobre o filho tem fundamento. Além de só ele ter as chaves do imóvel onde morava com a mãe, Ricardo tem duas passagens na polícia, por ameaça e lesão corporal. Nesta última, a vítima foi a própria Maria Eunice. A dona de casa acabou não levando adiante o caso, que foi arquivado. Há informações de que mãe e filho tinham brigas constantes, por questões familiares.

Bacharel em direito, Ricardo não trabalha. Segundo a polícia, não há indícios de que ele consumia drogas, nem mesmo medicamentos de uso controlado. No apartamento, foram encontrados dois frascos de chumbinho, produto tóxico usado para matar ratos. O histórico do suspeito é de uma pessoa agressiva, de acordo com a polícia.

No último dia 2, um outro crime dentro de uma família chocou o país. Daniel de Oliveira Coutinho, de 41 anos, confessou ter matado a facadas o pai, o cineasta Eduardo Coutinho, de 80, autor de documentários como ?Edifício Master? e ?Cabra marcado para morrer?, entre outros. Ele também é acusado de ferir gravemente a mãe, Maria das Dores, de 62 anos, que continua internada. Depois de esfaquear os pais, o acusado tentou se matar, desferindo contra o próprio corpo várias facadas. O crime aconteceu no apartamento da família, no Jardim Botânico. Na época, cogitou-se a hipótese de Daniel, que está preso, sofrer de esquizofrenia. Ontem, a Justiça aceitou a denúncia contra ele.

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