A Polícia Militar já instaurou uma sindicância sumária para apurar a conduta de dois militares, suspeitos de retirar peças de um carro roubado. O veículo teria sido usado em práticas criminosas. As informações são do relações públicas da PM, major Oderlei Santos.
Segundo a polícia, os dois PMs foram presos em flagrante na tarde de quinta-feira (13). Eles vão responder por peculato, que é subtração de um bem público por um funcionário público que o administra ou o guarda. Os dois foram levados para o Batalhão Especial Prisional (BEP).
Imagens gravadas por câmeras de segurança mostram que os policiais militares mexeram no carro quando o veículo ainda estava em perfeitas condições.
Segundo a PM, "desvios de conduta não serão tolerados pelo comando da corporação". A PM informou também que após a sindicância, que será concluída em menos de 30 dias, os dois policiais são submetidos ao conselho disciplinar e podem ser expulsos da corporação.
Quadrilha usava carro
A polícia investiga se o mesmo carro, que teve partes retiradas, teria sido usado em dois crimes praticados na manhã de quinta-feira na Zona Sul do Rio. Segundo o diretor de Polícia da Capital, Ronaldo Oliveira, a mesma quadrilha teria praticado o arrastão no Túnel Santa Bárbara, na terça-feira (11), possivelmente com o mesmo veículo.
De acordo com a polícia, na manhã de quinta, os criminosos teriam assaltado um motoqueiro. No crime, os assaltantes levaram a vítima dentro do veículo, e a libertaram em Botafogo, também na Zona Sul. O carro foi abandonado no mesmo local.
Em Botafogo, os criminosos assaltaram uma mulher, e fugiram em seu carro. A vítima foi deixada na Praça da Bandeira, sem ferimentos.
Arrastão
Segundo Ronaldo Oliveira, o carro foi deixado na Rua Pinheiro Guimarães e tem as mesmas características do veículo usado pelos criminosos no arrastão registrado no Santa Bárbara. No entanto, de acordo com ele, a Polícia Civil está com dificuldade de confirmar se é o mesmo carro, já que ele foi encontrado sem diversas peças.
O carro foi encontrado com o interior praticamente desmontado. Todo o estofamento de trás foi levado. O forro das portas, o rádio e acessórios também. O único banco que restou dentro do veículo não é originalmente do carro.
Investigadores esperavam conseguir indícios no carro, como impressões digitais. Mas com a prova dos crimes alterada, será mais difícil.