Fortaleza (CE) - A escrivã da Polícia Civil, Regina Lúcia de Amorim Gomes, foi condenada a 16 anos de prisão pelo envolvimento da na morte da advogada piauiense Maria Danielle Ximenes. A vítima foi assassinada com 3 tiros de arma de fogo quando recebia um casal de clientes em seu escritório no ano de 2012, no município cearense.
Durante as investigações, foi constatado que Regina é a mandante do crime. Ela contratou o amazonense Carlos Cley Rebouças Rocha e, no dia 23 de junho, ele executou a advogada. O motivo, conforme a denúncia, é porque a acusada considerava que a vítima "atrapalhava" um processo em que era envolvida.
Na decisão, o juiz Marcos Aurelio Marques Nogueira definiu que a acusada fique provisoriamente em prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.
"A ré é idosa na forma legal (idade 65 anos – data de nascimento 31.10.1958) e foi acometida por acidente vascular cerebral recentemente e ainda se encontra em tratamento médico, fazendo uso de remédios por duas vezes durante a presente sessão de julgamento, pelo que entendo presentes os requisitos do Art. 318, II pelo que aplico a prisão em execução provisória na modalidade de prisão domiciliar, devendo a ré ser tornozelada por monitoramento eletrônico", diz um trecho da decisão.
Carlos Cley Rebouças Rocha seria julgado na última segunda-feira (4), mas, por um problema técnico (o réu, preso em Manaus-AM, não conseguiu acessar o link da transmissão do julgamento), o juiz decidiu desmembrar o processo e adiar o julgamento.
O representante do Ministério Público do Ceará (MPCE) no processo, o promotor de Justiça Marcus Renan Palácio, afirmou que "foi uma decisão justa, juridicamente correta e que, para além disso, contribui para a manutenção da credibilidade da instituição do Tribunal do Júri e, particularmente, do Poder Judiciário cearense".
Representantes da defesa de Regina Lúcia de Amorim Gomes, os advogados Paulo Pimentel e Gilson Alves afirmaram que respeitam "a decisão emanada pelo Primeiro Tribunal do Júri, contudo, não se conformando, mas nunca lamentando, recorreram em plenário do sentença que condenou a acusada a pena de 16 anos de reclusão a ser cumprida inicialmente em regime fechado".
RELEMBRE O CASO
No dia 23 de junho de 2012, a advogada Maria Danielle Ximenes, de 52 anos, natural do Piauí, foi assassinada dentro do seu escritório no bairro Cidade dos Funcionários, em Fortaleza. Ela ainda chegou a ser socorrida, mas morreu quando recebia atendimento em um hospital particular.
Danielle realizava atendimento a dois clientes sobre um processo de inventário, quando foi surpreendida pela chegada de um homem, que sacou uma arma e efetuou três disparos que a atingiram na mão, no peito e ombro. O casal que estava sendo atendidos pela advogada saiu correndo e pediu ajuda aos vizinhos.