O cabo Leonardo Albarello, do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM, que matou por engano Hélio Barreira Ribeiro, de 47 anos, ao confundir a furadeira que o morador usava em casa com uma arma, vai responder pelo crime em liberdade, segundo a delegada Leila Goulart, da 20ª DP (Vila Isabel), porque o policial se apresentou espontaneamente. Ele deve ser indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
“O Código de Processo Penal garante isso quando a pessoa se apresenta espontaneamente e não se lavra flagrante”, explicou a delegada. O corpo de Hélio Ribeiro continua no Instituto Médico Legal (IML). A família só deve decidir o enterro nesta quinta-feira (20). O morador foi morto na manhã de quarta-feira (19) durante uma operação do Bope.
Os policiais estavam à procura de traficantes do Morro do Borel, na Tijuca, na Zona Norte, que estariam escondidos no Morro do Andaraí, também na Zona Norte, perto da vila onde morava Hélio Ribeiro. Ele estava no terraço usando uma furadeira. A mulher dele também estava no local. Segundo testemunhas, o policial do Bope atirou.
Hélio foi atingido e morreu. Testemunhas disseram que o disparo foi feito de uma distância de 40 metros. Segundo a família, a polícia atirou sem falar nada. Já a PM deu outra versão. Seguno capitão Ivan Blaz, do Bope, foi dado um grito de alerta para o morador, que fez um movimento brusco e o policial fez o disparo
No fim da tarde de quarta-feira (19),o comandante do Bope, tenente-coronel Paulo Henrique de Moraes, disse que o policial era preparado para enfrentar situações de risco. E justificou a ação do policial. “A partir do momento em que tem um disparo num civil, isso é um erro. Só que naquele momento no entendimento do policial, na avaliação dele, ele estava agindo corretamente. O erro foi verificado depois”, diz o comandante.