PM diz que removeu corpo em favela por medida de segurança

Favela do Rola: policial civil diz que removeu corpo por medida de segurança

O corpo foi carregado num lençol vermelho por 70 metros | Reprodução
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Policiais civis que participaram da operação policial na Favela do Rola, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, confessaram que dois corpos foram removidos, modificando a cena do crime. O vídeo divulgado em 11 de maio mostra o momento em que agentes usam um lençol vermelho para carregar um baleado da varanda de uma casa, por 70 metros. As imagens registram policiais arrastando outro homem na ação, em 16 de agosto do ano passado.

Em depoimento dado há duas semanas na Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol), o agente Leonardo Kluppel, do Serviço Aeropolicial (SAer), disse que o corpo do homem carregado com um lençol foi tirado da varanda porque estava na ?zona vermelha? ? ou seja, área de perigo. De lá, foi levado até o bar, na ?zona verde?, já que o entorno estava dominado pelos policiais.

Quando estava na tripulação da aeronave Águia 3, Kluppel disse ter visto o outro ?ferido? no meio da rua, quando faz referência a um homem que aparece visivelmente morto nas imagens. Carlos Alexandre Santos, o agente do SAer que estava com uma das câmeras que filmou a ação acoplada no capacete, afirmou que aquele homem corria com uma pistola, antes de ser baleado.

Mas a arma não foi localizada pelo policial Carlos Frederico da Costa Magessy, que estava na equipe que prestou socorro à vítima. Os dois corpos foram levados para um bar ? o QG do tráfico na favela ? que teria sido palco do tiroteio, de acordo com o policial Marcondes do Nascimento Silva.

Já Bruno Guimarães Seródio, da Seção de Operações Táticas Especiais (SOT), diz que a equipe se abrigou em um bar, onde trocou tiros com bandidos. Só após ?controlar a situação?, eles viram três homens baleados lá dentro.

A Coinpol começou a investigar o caso na semana seguinte à divulgação de imagens e ouviu os 28 agentes que participaram da operação. O inquérito foi encaminhado à 1ª Vara Criminal da Capital na quarta-feira, com pedido de exumação nos corpos de dois mortos, com parecer favorável do promotor Luiz Antonio Ayres. O objetivo é encontrar projéteis.

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