Um policial militar de 37 anos foi assassinado na noite de terça-feira (7), no bairro São Marcos, em Salvador (BA). Ele estava em uma pizzaria quando criminosos atiraram contra ele quando perceberam que estava armado. A vítima foi atingida no queixo e no olho.
O PM era da 23ª Companhia da Policial Militar de Tancredo Neves e participava da greve da Polícia Militar, que já dura oito dias. Ele estava acampado na Assembleia Legislativa e teria saído para ver a família.
A greve entra no seu oitavo dia nesta quarta-feira (8). Na terça-feira, o governador do Estado, Jaques Wagner, e os líderes do movimento grevista da corporação fizeram uma reunião para decidir os rumos da paralisação, mas, após sete horas de tentativa de acordo, nada foi resolvido.
De acordo com o departamento de comunicação da corporação, não há data para uma nova tentativa de acordo. Segundo a assessoria de imprensa do governador, Wagner se reuniu com representantes da Polícia Militar para apresentar propostas, como aumento de 6,5% de salário, mais uma gratificação por trabalho policial gradativa até 2014.O governo ainda informou que não tem condições de assumir estes aumentos imediatamente.
A assessoria ainda disse que a questão da anistia aos profissionais que aderiram à greve é o grande impasse nas negociações, já que nenhum dos lados quer ceder. Porém, as negociações com as associações de policiais militares estão avançando e, por isso, há a expectativa do fim da greve.
Houve uma negociação na segunda-feira (6), que durou mais de dez horas, porém sem acordo. Os militares ainda acampam na Assembleia Legislativa. Na terça, após dois dias no escuro, a energia elétrica foi restabelecida na sede do órgão, que fica em Salvador.
O número de mortos no Estado devido ao aumento da violência já passa de cem, segundo o boletim divulgado pela SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Estado. Os números são contabilizados desde o início da greve da Polícia Militar, no dia 1º de fevereiro. O recorde de homicídios ocorreu no dia 3, quando foram registradas 32 mortes no Estado.
Devido ao clima de segurança na capital baiana, o APLB (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia) orientou os professores das redes estadual e municipal a não iniciarem as aulas. A entidade estima que cerca de 400 mil estudantes estão sendo prejudicados.