O sargento que ficou conhecido após matar dois colegas com tiros de fuzil na última segunda-feira (15), em um quartel da PM na cidade de Salto, interior de São Paulo, participou de audiência de custódia na tarde desta sexta-feira (19), no Tribunal de Justiça Militar de São Paulo, e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.
Claudio Henrique Frare Gouveia foi preso em flagrante logo após cometer o crime, a audiência de custódia que deveria ter ocorrido na terça-feira (16), um dia após os assassinatos, foi adiada após o atirador passar mal e precisar ser hospitalizado.
José Álvaro Machado Marques, juiz responsável pelo caso, da 4ª Auditoria Militar, justificou a decisão atual citando os indícios de autoria e materialidade, argumentando que, a medida foi adotada para garantir a ordem pública, devido ao grau de perigo do indiciado e para a segurança da aplicação da lei penal militar, de acordo com o artigo 255 do Código Penal Militar.
Com acordo com decisão do juiz, o atirador segue aprisionado no presídio militar Romão Gomes, localizado na zona norte da capital paulista, unidade que é destinada a PMs presos por suspeita de envolvimento em crimes. Em entrevista ao portal UOL, o advogado Rogério Augusto Dini Duarte afirmou que o sargento e a sua esposa, que trabalhava na mesma unidade, estariam sendo perseguidos pelo comandante, uma das vitimas do ataque. A defesa de Gouveia informou que entrará com recurso, pedindo que a decisão da prisão preventiva seja revogada.
ENTENDA O CASO
No dia 15 de maio, segunda-feira, o sargento Gouveia invadiu a 3ª companhia do batalhão armado com um fuzil por volta das 9h de segunda, segundo registro da corporação, ele disse que iria fazer um treinamento. O atirador então trancou a unidade, invadiu a sala do comandante e atirou contra os dois colegas, os alvos do ataque foram identificados como o capitão Josias da Conceição Júnior, comandante da unidade, e o sargento Roberto Aparecido da Silva, que estava na sala no momento do tiroteio.
Em seguida, o sargento se entregou a outro policial e acabou sendo preso pelo colega, que apreendeu o fuzil. Conforme a ocorrência do caso, advogado Rogério Duarte afirmou que depois dos disparos ele entregou o fuzil para o colega em questão e apenas pediu que o mesmo o prendesse.