População usa trotes para pedir rondas da Polícia

Os habitantes de Teresina têm usado uma tática controversa para conseguir que as patrulhas circulem.

CHAMADO | Até crianças fazem ligações que atrapalham o trabalho dos policiais | Reprodução Jornal Meio Norte/ José Alves
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Uma prática inusitada tem atrapalhado cada vez mais o trabalho da Polícia Militar do Piauí. Moradores da capital estão passando trotes para a central do 190, relatando ocorrências que não existem, para que as viaturas circulem nos locais relatados. O objetivo seria obter uma ?ronda? com a presença das unidades.

A informação é do coronel José Albuquerque, comandante do policiamento da capital. De acordo com ele, esse é um tipo de situação que vem ocorrendo com frequência crescente. ?As pessoas ligam, informam uma situação inexistente e pedem a presença da polícia. Chegam a relatar até mesmo a presença de pessoas suspeitas. Até crianças costumam fazer esse tipo de ligação?, detalhou o coronel.

Albuquerque condenou a prática, e afirmou que isso vem dificultando o trabalho dos policiais. ?Enquanto deslocamos uma viatura para um chamado que é um trote, deixamos de atender várias outras ocorrências reais. Além disso, isso implica em gastar combustível, usar viaturas desnecessariamente e também prejudicar nossos recursos humanos?.

A central de atendimentos do 190 recebe até 1.200 chamados em dias de pico ? geralmente finais de semana em que algum grande evento ocorre. O número de trotes acompanha esse crescimento e também aumenta nos dias de sábado e domingo. Quando há a previsão de uma maior demanda nas ligações, a central disponibiliza o trabalho de até 10 atendentes de forma simultânea, número que costuma cair nos dias de semana.

?Se nos finais de semana mais agitados o número de ligações pode superar os mil chamados, em uma segunda ou terça-feira, por exemplo, essa quantidade fica de 400 a 500 ligações. A frequência dos atendimentos é menor na parte da manhã, aumenta um pouco à tarde e cresce bastante durante a noite?, explicou Albuquerque.

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