“Povo de Israel”: Como quadrilha gerou prejuízo de R$ 70 milhões de dentro de presídios

O grupo foi alvo da Operação 13 Aldeias, deflagrada nesta terça-feira (22) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Quadrilha Povo de Israel | FOTO: Reprodução
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A quadrilha, apelidada de Povo de Israel (PVI), aplicava golpes de dentro dos presídios via celular e fez várias vítimas, gerando um prejuízo de quase R$ 70 milhões entre janeiro de 2022 e maio deste ano. O grupo foi alvo da Operação 13 Aldeias, deflagrada nesta terça-feira (22) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.

COMO OCORRIAM OS CRIMES?

De dentro de uma cela, o preso ligava para números aleatórios e fingia ser um parente mantido refém por bandidos. Quando a vítima mordia a isca, outro detento assumia a chamada e exigia um resgate.

Em outra modalidade, os encarcerados ligavam para estabelecimentos comerciais e se passavam por traficantes da região. Falavam que havia dívidas e ameaçavam o lojista com supostas retaliações.

Aparelhos usados pela quadrilha Povo de Israel | FOTO: Reprodução

Entre os alvos dos  44 mandados de busca e apreensão, estão 5 policiais penais suspeitos de ajudar os criminosos. Os chefes do Povo de Israel já encarcerados são: Marcelo Oliveira, o Tomate; Avelino Gonçalves, o Alvinho; Ricardo Martins, o Da Lua; e Jailson Barbosa, o Nem.

O QUE SE SABE?

O Povo de Israel (PVI) surgiu há 20 anos - muitos são estupradores e pedófilos, e hoje influencia 18 mil detentos em 13 unidades prisionais, chamadas de “aldeias”. De posse de celulares, que entram ilegalmente dentro dos presídios, eles criaram uma indústria de extorsões. De acordo com a Polícia Civil, 1.663 pessoas físicas e 201 pessoas jurídicas foram utilizadas para fazer circular o dinheiro.

O PVI não tem relação com o Complexo de Israel, conjunto de favelas na Zona Norte do Rio de Janeiro. A base da facção é o Presídio Nelson Hungria, que fica dentro do Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste da cidade.

O inquérito mostra que há divisão de tarefas e funções dentro da organização. São chamados de “empresários” os presos responsáveis por obter o celular que será usado dentro da cadeia. O apelido de “ladrão” é para aquele que faz as ligações para as vítimas, simulando vozes de parentes.

ONDE O PVI ESTÁ?

  • Benjamin de Moraes Filho, Complexo de Gericinó
  • Cotrim Neto, Japeri
  • Crispim Ventino, Benfica
  • Evaristo de Moraes, São Cristóvão
  • Hélio Gomes, Magé
  • José Antônio da Costa Barros, Complexo de Gericinó
  • Juíza Patrícia Acioli, São Gonçalo
  • Luis Cesar Fernandes Bandeira Duarte, Resende
  • Milton Dias Moreira, Japeri
  • Nelson Hungria, Complexo de Gericinó
  • Plácido Sá Carvalho, Complexo de Gericinó
  • Romeiro Neto, Magé
  • Tiago Teles de Castro Domingues, São Gonçalo
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