O prefeito de Jandira, Walderi Braz Paschoalin (PSDB), foi enterrado às 16h40 deste sábado no Cemitério Municipal, sob aplausos de centenas de pessoas. O caixão do político, assassinado a tiros na sexta-feira de manhã, deixou o ginásio central da cidade por volta das 15h e saiu em cortejo pelas principais ruas da cidade em um caminhão do Corpo de Bombeiros. O corpo chegou por volta das 15h50 ao local, onde muitos moradores já esperavam. Na chegada, os presentes gritaram três vezes "justiça".
O caixão estava coberto com uma bandeira do Santos Futebol Clube. Na chegada, foram estourados fogos de artifício em uma homenagem de três minutos a Paschoalin. A viúva, Maria Helena Paschoalin, chegou ao cemitério logo depois e foi abraçada por populares. Segundo a Guarda Municipal, 10 mil pessoas passaram pelo velório do político entre as 18h de sexta e as 15h de hoje.
Um dos presentes no cemitério era o vereador Wesley Teixeira, filho do ex-prefeito Dorvalino Abílio Teixeira, assassinado em 1983. Na chegada do caixão de Paschoalin, ele lembrou o crime que vitimou seu pai. "Mataram meu pai e não houve justiça", disse, afirmando querer justiça no caso do "amigo" Paschoalin.
Logo após o enterro, a família deixou o cemitério e foi muito aplaudida. Alexandre, 28 anos, filho do prefeito, afirmou que a família tem suspeitos da execução. "Todo mundo sabe quem foram os responsáveis, é só investigar", afirmou, acrescentado que o crime precisa ser solucionado com rapidez. Outra filha, Ana Paula, 30 anos, não acompanhou o enterro porque passou mal, segundo informou uma tia.
O assassinato
O prefeito de Jandira, 62 anos, foi executado por volta das 8h da última sexta-feira, enquanto deixava, acompanhado de seu motorista, um carro em uma rua próxima à rádio Astral, onde participaria do programa semanal Bom Dia Prefeito. Os criminosos fugiram de carro após passarem atirando pelo veículo do prefeito. O motorista, baleado na cabeça, passou por cirurgia no Hospital das Clínicas da capital paulista e estava, no início da noite de sexta, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado grave.
A polícia não descarta a hipótese de crime político, mas espera chegar antes aos autores para divulgar as motivações do assassinato.
Neste sábado, os quatro suspeitos da morte de Paschoalin foram detidos depois que a Delegacia de Homicídios da Seccional de Carapicuíba conseguiu que um juiz decretasse a prisão temporária deles. O pedido foi feito durante a noite pelo delegado Zacarias Katzer Tadros, que escreveu a solicitação após exames comprovarem a presença de resíduos de pólvora nas mãos de mais de um dos quatro detidos.