Presa, babá suspeita de agredir bebê diz que não se arrepende

Mulher foi presa na manhã desta sexta-feira (9) em Quipapá, na Mata Sul

Ela estava escondida na casa do namorado e será indiciada por tortura | Reprodução
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A babá Luana Patrícia de Azevedo, de 30 anos, suspeita de agredir uma criança de 1 ano e 6 meses, no Recife, prestou depoimento nesta sexta-feira (9) na Gerência da Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA) de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Carlos Barbosa, a mulher afirmou que não se arrependia do que havia feito. Ela será indiciada pelo crime de tortura segundo a polícia.

Na delegacia, Luana não quis mostrar o rosto, mas conversou com os jornalistas. Ela chegou a assistir novamente as imagens mostradas na reportagem do NETV 1ª Edição. "É o meu jeito, meu jeito de falar. É uma imagem, o que vocês vão ver, vão acreditar no que tão vendo, não vão querer saber se foi devagar, se foi brincando, se foi forte. Fizeram corpo de delito na criança? Acusou o quê? Eu educava ela do mesmo jeito que educava minhas filhas", afirma Luana.

Barbosa explica que a babá foi ouvida informalmente pela manhã e deve prestar depoimento de forma oficial durante a tarde. "Ela vai esclarecer porque fez o que fez. Ela já demonstrou ser uma pessoa fria, perversa, que realmente torturou uma criança e não podemos deixar que uma pessoa assim fique solta", aponta o delegado.

A mulher foi presa durante a manhã em Quipapá, na Mata Sul do estado. Logo depois que foi demitida, a babá ainda conseguiu um emprego em outra casa, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. "A população estava correndo risco, porque ela estava em outra casa que tinha crianças também. Depois que a família viu as imagens na televisão, ela foi demitida. Eu fiz uma ouvida informal e ela se mostrou inescrupulosa. Ela não tem sentimento nenhum de remorso, acha que é normal, que são gestos normais e não agressão, disse que criou a filha dessa forma", explica o delegado.

Depois de prestar depoimento, Luana deve ser encaminhada para a Colônia Penal Feminina do Recife. "O sentimento de justiça está imperando agora, a família e a sociedade estão mais tranquilos, ela vai para o lugar que merece", acredita Barbosa.

Entenda o caso

O caso aconteceu em julho deste ano e foi mostrado na última segunda-feira (5) no NETV 1ª Edição. Os pais da criança só descobriram as agressões porque precisaram conferir os registros da câmera de segurança para pagar as horas extras que a babá vinha pedindo.

A equipe de reportagem teve acesso a vídeos que mostram que a babá, contratada para cuidar da menina e que estava na função fazia oito meses, maltratava e agredia a criança todos os dias, quando os pais não estavam por perto. De posse das imagens, a família denunciou o caso à polícia.

Negligência

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), fruto da lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, disciplina em seu artigo 5º que "nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos direitos fundamentais".

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