O presidente da escola de samba Vila Isabel, Wilson Vieira Alves, conhecido como Moisés, foi preso no início da manhã desta terça-feira em sua casa, em Copacabana, zona sul do Rio, durante a operação da Polícia Federal batizada de Alvará. Segundo a PF, Alves é acusado de comandar a máfia dos caça-níqueis na região.
Alves foi levado para a sede da PF na zona portuária do Rio. A assessoria da corporação informou que 29 mandados de prisão estão sendo cumpridos em vários bairros do Rio, Niterói e São Gonçalo, na região metropolitana. Outros 42 mandados de busca e apreensão também estão sendo cumpridos.
A operação foi deflagrada com o objetivo de reprimir as atividades da máfia dos caça-níqueis. Oito policiais militares e um inspetor da Polícia Civil tinham sido presos até as 10h30 de hoje. Ainda não há informações sobre a identidade deles.
A ação é uma resposta à guerra dos caça-níqueis, que teve seu ápice semana passada com o atentado contra Rogério de Andrade, acusado de ser um dos chefes da máfia dos caça-níqueis no Rio. Os policiais iniciaram a ação por volta das 5h desta terça, com a colaboração de agentes da CGU (Corregedoria Geral Unificada), da Secretaria de Segurança, divididos em 40 equipes num total de cerca de 230 policiais.
Atentado
Rogério Andrade (sobrinho de Castor) sofreu um atentado na última quinta-feira (8), junto com seu filho Diogo Andrade, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio. Ambos estavam em um carro que trafegava pela avenida das Américas quando ocorreu a explosão.
Diogo morreu na hora e Rogério foi levado para o hospital particular Barra Barra D"Or, na Barra da Tijuca (zona oeste), onde permaneceu internado até sábado (10).
A assessoria do Barra D"Or afirmou que estilhaços da bomba provocaram fraturas na mandíbula e no nariz de Rogério Andrade. Ele teve que passar por uma cirurgia realizada por um ortopedista e um cirurgião plástico.
A Polícia Civil informou que o atentado, que provocou a morte de Diogo, reacende a guerra pelo controle da máfia dos caça-níqueis na zona oeste do Rio. A estilo das execuções feitas pela máfia italiana, o crime teria como autor um especialista em confecção de artefatos, que pode ter usado explosivo plástico C4.
A perícia preliminar feita no Toyota Corolla blindado constatou que o centro da detonação foi no lado do motorista, causando a morte de Diogo, que dirigia o veículo, apesar de não ter carteira de motorista.
A Polícia Civil afirmou ainda que especialistas do Esquadrão Antibombas devem concluir em 15 dias um laudo, que vai apontar o tipo de explosivo usado. Inicialmente, a polícia chegou a cogitar o uso de um lança-granadas, mas a hipótese está praticamente descartada após a constatação de que o centro da explosão foi no interior do veículo.