Investigadores da Polícia Civil de Coroatá, sob o comando do delegado Reno Cavalcante, prenderam no município de Vargem Grande um homem acusado de assassinar a sua ex-mulher, com seis tiros à queima-roupa, em frente à rodoviária do município de Coroatá. O crime passional ocorreu na manhã do dia 11, deste mês, e chocou os moradores da cidade.
Raimundo Nonato de Jesus, conhecido como ?Raimundo Paraguai?, de 41 anos, foi localizado na tarde da última segunda-feira (23), com ajuda de denúncias anônimas e por investigação da equipe de policiais civis. Ele foi abordado quando tentava sair de Vargem Grande, na garupa de um mototáxi. No momento da prisão, os investigadores encontraram um revólver calibre 38 ? arma usada no crime.
A prisão de Raimundo Paraguai aconteceu em virtude de um mandado de prisão, expedido pela juíza da Comarca de Coroatá a pedido do delegado Reno Cavalcante. Raimundo é acusado de matar Elizete Rodrigues da Cruz, de 29 anos, com seis tiros, na frente da única filha do casal, uma criança de apenas 4 anos. A motivação para o crime passional, segundo Reno Cavalcante, seria a separação do casal e porque a vítima tentava ir embora do município, onde viveu com Raimundo por seis anos.
O casal morava no povoado Sete de Setembro, a 20 quilômetros do centro de Coroatá. Familiares da vítima contaram que o relacionamento dos dois era conturbado. ?Eles tinham se separado há 20 dias e Raimundo não aceitava o fim do relacionamento. Ele ficou furioso quando soube que sua ex-mulher pretendia ir embora?, contou o delegado.
Após ser preso, Raimundo foi conduzido para a Delegacia de Coroatá onde houve princípio de tumulto e a população tentou linchá-lo, mas a polícia conseguiu controlar a situação. Na delegacia, Raimundo Paraguai disse em detalhes como matou sua ex-mulher, Elizete da Cruz.
Segundo o acusado, ele foi à rodoviária armado sem a intenção de matar sua ex-mulher, mas ficou enfurecido com uma declaração que Elizete fez. ?Perdi a cabeça quando ela disse que ia passear. Oh, rapaz, quando ela falou assim tão duro comigo eu perdi a cabeça nessa hora e atirei nela?, contou. Antes de cometer o crime, Raimundo havia abençoado a sua filha, que estava na companhia da mãe e presenciou o assassinato. ?Quando Elizete me viu saiu apavorada. Pegou na mão da menina. Daí eu me aproximei e disse para minha filha me dá a benção?, disse.
Populares contaram que após o crime, a criança ainda pediu para sua mãe levantar, mas ela já estava morta. O autor dos disparos fugiu em um veículo com rumo ignorado. Dois dias após o homicídio, 13 de julho, a polícia localizou o carro usado na fuga de Raimundo Paraguai. O Fiat Siena foi encontrado no povoado identificado como Santo Antônio na zona rural de Codó.
De acordo com o delegado Reno Cavalcante, Raimundo Paraguai está na Delegacia de Codó, por medidas de segurança, e deve ser transferido hoje (25) para São Luís, onde irá ser apresentado na Superintendência de Polícia Civil do Interior (SPCI). Raimundo Paraguai vai responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.