O padrasto, a mãe e o avô de uma menina de 9 anos foram presos no final da tarde de quarta-feira, em Itapuí, a 258 km de São Paulo, suspeitos de abusar sexualmente da criança desde que ela tinha 4 anos de idade. A Polícia Civil recebeu denúncia do Conselho de Direitos Humanos em Brasília.
O padastro, de 23 anos, e o avô, de 44 anos, seriam responsáveis pelos abusos, enquanto a mãe, de 28 anos, disse ao delegado que aceitava a situação por ser "completamente apaixonada" pelo marido. A menina relatou ao delegado Tiago José Húngaro, durante conversa de mais de 4 horas, todas as barbaridades que sofria com o consentimento da mãe.
A garota escreveu várias cartas relatando em detalhes os abusos. Ela pediu ao delegado para escrever uma carta ao padrasto e outra ao avô relatando todo o seu sofrimento e indignação. Em um dos trechos da carta, a menina endereça o seguinte recado para o padrasto: "Eu nunca mais vou esquecer o que você fez e quando você falou para eu orar eu não sei se vou conseguir orar para você, porque fez aquilo comigo e eu não queria fazer. Pode até pensar que sabe, mas se estiver preso não pode fazer mais nada até que saia. Todo mundo acreditou em mim porque eu falei a verdade e eu não menti. Você nunca mais vai fazer isso com ninguém".
De acordo com o delegado, o padrasto admitiu o crime. "Ele afirmou que nunca consumou o ato sexual com medo de machucar a garota e ser preso. Já o avô negou o ato", disse. Os três suspeitos tiveram a prisão temporária decretada por 30 dias, período no qual o delegado pretende colher mais provas do crime enquanto todos permaneçam presos. A pena prevista para o crime de estupro de vulnerável vai de oito a 15 anos.
Com a prisão da mãe, o Conselho Tutelar da cidade encaminhou a garota de nove anos, junto com o irmão mais novo, a um abrigo da cidade, onde deverão permanecer por um período de 30 dias. Padrasto e avô foram encaminhados para a cadeia de Barra Bonita, e a mãe, encaminhada para a unidade prisional feminina de Dois Córregos.