Uma ação conjunta entre policiais civis de Capão da Canoa (litoral do Rio Grande do Sul) e Guaíba (região metropolitana de Porto Alegre) prendeu, nesta quinta-feira, dois pais de santo acusados de estuprar uma menina por três anos e causar uma gravidez. Um foi preso em casa, em Guaíba, enquanto o outro foi encontrado perto do trabalho, em Canoas (região metropolitana de Porto Alegre). Segundo a Polícia Civil, além de ser estuprada diversas vezes, a garota passou por um aborto.
De acordo com a delegada de Capão da Canoa, Walquiria Meder, a menina começou a ser estuprada ainda com 9 anos. A mãe, que seria da mesma religião dos dois suspeitos, frequentava o terreno onde ambos viviam, em Guaíba, e levava a filha consigo, onde sofria os abusos. Segundo a delegada, a garota afirmou que era ameaçada para não contar sobre o que passava.
Em 2009, quando a filha estava com 12 anos, a mãe teve problemas pessoais com um processo de separação. Os dois pais de santo, que eram seus amigos, sugeriram que ela deixasse a filha com eles enquanto resolvia seus problemas. De acordo com a delegada, no momento em que a vítima passou a morar com os acusados, os estupros se intensificaram e ela engravidou.
Com a gestação, segundo a delegada, os dois a levaram para Capão da Canoa, onde realizaram um aborto com o auxílio de duas mulheres. Três meses depois, a adolescente contou o fato a uma amiga da família, que era policial, que avisou a mãe da jovem.
A Justiça no município litorâneo expediu, então, mandado de prisão contra os dois homens, que foram cumpridos por policiais das duas delegacias. As mulheres suspeitas de envolvimento no aborto foram indiciadas no inquérito, mas não foram presas. Além do inquérito que será conduzido a partir de Capão da Canoa, os pais de santo também respondem pelos estupros por Guaíba.