Os documentos sobre as investigações do caso Pesseghini divulgados neste sábado (7) pela Polícia Civil não convenceram os familiares das vítimas de que o estudante Marcelo Pesseghini, de 13 anos, seja o culpado pelas mortes do pai, da mãe, da avó e da tia-avó. Os crimes aconteceram entre a noite do dia 4 e a madrugada do dia 5 de agosto na zona norte de São Paulo.
Os laudos, fotos e depoimentos divulgados reforçam a tese da polícia de que Marcelo cometeu os crimes antes de se matar. Mas, para um primo do garoto que conversou com a produção do Domingo Espetacular e não quis se identificar, essa versão é fantasiosa.
? Não dá pra falar, mas é uma palhaçada. Tá certo que não foi a criança. Montagem barata que fizeram. Ele não ta aí pra se defender.
O trabalho dos peritos traz detalhes da história, mas a hora exata das mortes não foi determinada. Segundo a polícia, Marcelo matou o pai, Luís Marcelo Pesseghini, com um tiro na cabeça. Mas ele não morreu na hora. Os exames apontaram "sinais de sobrevivência" após o tiro.
A mãe, a cabo da PM Andreia, estava no quarto ao lado e acordou com o barulho. Marcelo teria se escondido no banheiro e, quando ela se abaixou diante do corpo do marido, foi atingida por trás, com um tiro na nuca. Segundo o laudo, "a posição" da mãe, "caída de joelhos", "indica que ela estava acordada quando foi alvejada".
Durante a autópsia, um detalhe chamou a atenção dos legistas: Andreia tinha o nome de Marcelo tatuado em um dos pés.
A avó, Benedita Oliveira Bovo, e a tia-avó, Bernardete Oliveira da Silva, também foram alvejadas enquanto estavam nas camas, porém, pelos vestígios de sangue, Bernadete ainda teria acordado assustada e tentou se levantar, mas foi atingida por dois disparos.
A advogada Roselle Adriane Sóbrio, especialista em perícias criminais, duvida das conclusões da polícia. Ela teve acesso aos documentos e diz que não há uma prova definitiva de que Marcelo é o assassino.
? Nem o perito coloca que sim, ele apenas faz exclusão e fala que cometeu quatro homicídios e se suicidou, por exclusão, não por ter elementos de que Marcelo disparou contra quatro pessoas e depois se matou. A gente não pode dizer que sim nem que não, pelos relatos não da pra dizer que foi Marcelo. Se não foi Marcelo já há espaço pra que seja outra pessoa.