Foi uma fatalidade. A arma disparou e isso se transformou em trag?dia. N?o tinha raz?o para mat?-lo. Houve o disparo na hora em que manuseei a arma para entreg?-la. Ele me pediu para ver a arma quando ainda est?vamos na beira da piscina.?
A declara??o ? do procurador de Justi?a, aposentado, Ernandes Lopes Pereira, 59, logo ap?s prestar depoimento, ontem, no Departamento de Intelig?ncia Policial (DIP), ao ser autuado, em flagrante, pelo assassinato do delegado da Pol?cia Civil, Cid J?nior Peixoto do Amaral, 60. O crime ocorreu na noite de quarta-feira ?ltima, na casa do procurador, na Precabura, no Eus?bio (Regi?o Metropolitana de Fortaleza).
Durante cerca de duas horas, Ernandes foi ouvido pelo delegado Andrade J?nior, titular da Delegacia de Defrauda?es e Falsifica?es (DDF) e nomeado para apurar o crime. Tamb?m estiveram presentes o promotor de Justi?a, Domingos S?vio Amorim - representante do Minist?rio P?blico - e os delegados Jairo Fa?anha Pequeno, Franco J?nior e Francisco Alves de Paula.
Acidental
Acompanhado de seu advogado, Paulo Braun, Ernandes insistiu na tese de que o tiro que ceifou a vida do delegado foi acidental. Ele tamb?m negou a vers?o de que, ap?s o assassinato fez a m?e do delegado de ref?m enquanto o local do crime era cercado pela Pol?cia. ?N?o houve isso e certamente a dona J?lia (m?e da v?tima) n?o vai confirmar essa vers?o. Ficamos presos dentro da casa e eu fiquei procurando o controle do port?o para tirar a caminhonete com o intuito de ainda prestar o aux?lio que fosse necess?rio ao doutor Cid.?
?Estou arrasado, magoado, profundamente entristecido. Foi um acidente que causou um dano irrevers?vel ?quela fam?lia que eu tanto prezo. N?o queria mat?-lo?, repetiu.
Logo depois de prestar esclarecimentos, o procurador foi conduzido ?s depend?ncias da Delegacia de Defrauda?es e Falsifica?es, assinou c?pias de seu depoimento e, em seguida, foi conduzido pelos delegados para o quartel do comando do Corpo de Bombeiros Militar, onde permanecer? numa cela especial. Seu advogado j? informou que vai ingressar com um pedido de habeas corpus na Justi?a para que ele aguarde julgamento em liberdade.
Ontem ? noite, o juiz de Direito, Jucid Peixoto do Amaral, informou, com exclusividade ao Di?rio do Nordeste, que o procurador j? cometeu outro assassinato. Foi h? cerca de 30 anos, quando matou, tamb?m a tiros, um mec?nico na Rua Teresa Cristina, Centro.