Em mais uma tentativa de livrar da cadeia a procuradora de Justiça aposentada Vera Lúcia Sant"Anna Gomes, 66 anos, sua defesa entrou na segunda-feira com novo pedido de liberdade no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Presa desde o dia 13 de maio, em Bangu 7, ela foi denunciada pelo Ministério Público por torturar a menina de 2 anos que queria adotar durante os 27 dias em que a menina esteve sob sua guarda provisória.
O pedido de habeas-corpus será distribuído para um dos 28 ministros e, até quinta-feira, a liminar deve ser julgada. Caso seja negado, Vera Lúcia terá que aguardar pelo julgamento do mérito, previsto para agosto. Foi o quarto recurso impetrado pelo advogado Jair Leite para tentar tirar a procuradora da prisão. No último domingo, a criança que voltou para o abrigo em que vive desde os seis meses de vida, completou três anos. Um casal, que já visitava a menina desde dezembro e entrou com o pedido da guarda provisória na Justiça dez dias antes de Vera Lúcia, esteve no abrigo durante a festa de aniversário e quer adotá-la.
A menina passará por acompanhamento psicológico e só será encaminhada para o novo lar depois que os especialistas concluírem que ela tem condições de conviver com uma nova família. Enquanto isso, o casal e funcionários do abrigo estão proibidos judicialmente de falar sobre o caso. Todo o tratamento da criança está sendo pago pela procuradora, conforme determinou a Justiça.
No último dia 10, a desembargadora Gizelda Leitão rejeitou o pedido de liminar de liberdade provisória da procuradora. Oito dias depois, por dois votos a um, desembargadores da 4ª Câmara Criminal negaram, em julgamento do mérito, o habeas-corpus. Há uma semana, a Justiça rejeitou o pedido de prisão domiciliar de Vera Lúcia.