O promotor João Benigno Filho foi convidado e compareceu ao interrogatório de um dos principais acusados de planejar o assassinado do ex-vereador da cidade de São Julião, Emídio Reis.
Ele participou do interrogatório de Joaquim Pereira Neto, acusado de ter negociado com pistoleiros o crime que vitimou Emídio Reis.
Francisco José de Sousa, mais conhecido como Zé Nessim, e confirmou que o vice dele Francimar, foi mesmo o autor intelectual do assassinato do ex vereador.
Emídio Reis, ex vereador assassinado
?No início o depoimento dele é meio romântica, que eram ligações de um empréstimo que ele queria fazer, que queria renovar um empréstimo consignado, mas aí eu perguntei qual a profissão dele e ele respondeu que era encanador. Perguntei se ele prestava algum serviço para a Prefeitura, se era contratado ele disse que quem tinha ligações com a Prefeitura era a mulher dele que tinha um contra-cheque?, revela o Promotor João Benigno Filho.
Ele relata ainda que por conta disso o acusado, Joaquim Pereira Neto, se contradiz porque dessa forma ele não poderia ser detentor de empréstimo consignado já que não tinha vínculo como funcionário público e nem mesmo como prestador de serviço.
?Aí ele abriu o jogo e revelou que estava dia 23, no dia da reunião quando o Francimar ligou para o o Antônio Virgílio, disse para mim e para o prefeito que o Antônio Virgílio já estava pronto e contratado para matar o ex vereador e que essa reunião foi na propriedade do próprio prefeito de São Julião, Francisco José de Sousa, citada pelo próprio Joaquim como Fazenda Canas. E aí, logo em seguida o Antônio Virgílio segue os passos do ex-vereador Emídio Reis em Picos, à tarde, no dia 31. Estão lá os monitoramentos feitos, as torres de celular todas dando a localização nos laudos. Às 5h17 do dia 31 o Joaquim recebe uma ligação do Antônio Virgílio e você vê uma ligação de muita amizade entre as partes envolvidas, muita confiança do vice prefeito com o Joaquim Pereira Neto, muita ligação?, pontua o promotor.
O promotor liga os pontos e conclui que o fato de Antônio Virgílio ligar para Joaquim Pereira Neto é porque o mesmo seria o homem do dinheiro, que efetuaria o pagamento do crime encomendado. O promotor Benigno Filho destacou também a forma como o ex vereador foi interceptado e morto e ainda como o pagamento em dois cheques foi realizado.
?Quando dá 5h da manhã do dia 31, a primeira ligação que cai no celular do Joaquim, ele estava em São Julião, tá lá gravado. O Antônio Virgílio fez a ligação de Picos. No dia 01, dia seguinte, também às 5h da manhã a primeira ligação que entra no celular do Joaquim é também de Antônio Virgílio para dizer que o serviço foi feito e queria o dinheiro. Ele Joaquim liga pra quem? Para o vice prefeito Francimar que não atende a ligação. Então ele liga para uma casa vizinha que era de um amigo em comum dele e do Francimar e pergunta se ele está em casa e confirma que ele estava e sai pra lá. Chegando diz pro Francimar que o pistoleiro havia feito o serviço e queria o dinheiro. Aí o Francimar pega dois cheques, um de 10 mil reais e um de 5 mil reais, do Banco Itaú, agência de Picos e manda o Joaquim Pereira entregar ao Antônio Virgílio, só que este não aceita o cheque e exige o pagamento feito em espécie. Eles combinam de ir para Picos, do Joaquim descontar os cheques e Antônio Virgílio esperar por ele na porta do banco e foi o que foi feito. Ele afirma que também este foi o último dia que ele viu o Antônio Virgílio?, conta.
Quando o promotor perguntou ao acusado que prestava interrogatório qual era a participação do prefeito no crime ele disse que, do conhecimento dele, o prefeito Francisco José de Sousa não sabia, mas que o vice prefeito Francimar, tinha dito para ele Joaquim que o prefeito sabia do crime e do plano para matar o ex vereador.
Em relação aos detalhes da execução do crime o promotor Antônio Benigno esclarece que, em seu depoimento, Joaquim dá mais detalhes. ?Foi o Antônio Virgílio que seguiu Emídio Reis, inclusive na companhia de um tal de Valter e de outro elemento que o Joaquim afirma não conhecer e quem atirou foi o próprio Valter, com um revólver 38 de propriedade do doutor Emídio Reis, a vítima. Ele conta que enterraram esse moço com uma enxada e deixaram o corpo lá abandonado e em seguida abandonaram o carro. O Antônio Virgílio abordou a vítima pedindo uma carona até determinado local porque ele conhecia a vítima, ele para porque conhecia Antônio Virgílio e deu a carona. Só que no carro atrás, um carro prata, vinha esse tal de Valter e o outro elemento, que vão seguindo o carro do ex vereador que seria assassinado. Num dado momento, Antônio Virgílio saca Emídio Reis de dentro do carro, onde eles entram em uma vereda e isso acontece porque o Antônio Virgílio é um homenzarrão e tem muita força E aí se deu todo o desvendar desse crime?, finaliza o promotor João Benigno Filho.