A descrição de uma discussão no apartamento da psicóloga Maria Lúcia Magalhães, de 72 anos, pode ajudar a polícia a esclarecer seu assassinato. Um vizinho contou a investigadores que ouviu a vítima, conhecida como Malu, falando com alguém, perguntando o que essa pessoa queria. A conversa, em tom exaltado, teria acontecido na última terça-feira, um dia antes de o corpo da psicóloga ser encontrado dentro do imóvel, na Rua Barão da Torre, em Ipanema. Ela estava amarrada e submersa numa banheira, com um saco plástico na cabeça. Nesta sexta-feira, Malu foi enterrada no Cemitério São João Batista, em Botafogo.
Cerca de 70 pessoas, entre parentes e amigos, acompanharam o sepultamento. Cunhado da psicóloga, que havia se aposentado como pesquisadora da Fundação Getulio Vargas, o médico Eliezer Studart fez um apelo à Divisão de Homicídios da Polícia Civil.
— O crime foi praticado por um profissional. Quem fez isso uma vez pode agir de novo — disse Studart, lembrando que nada foi roubado do apartamento de Malu.
Vários moradores do edifício onde ocorreu o crime mudaram as fechaduras de seus imóveis. O clima entre eles é de medo. Todos deverão ser ouvidos pela polícia, assim como funcionários e operários que fazem três obras no prédio. Um fato que chamou a atenção de investigadores é que não há sinais de arrombamento no apartamento de Malu.
Meses atrás, uma obra também foi realizada na casa da psicóloga, e o apartamento vizinho ao seu vem passando por reforma. As varandas dos dois imóveis é dividida por uma jardineira.
De acordo com peritos, Malu foi morta com um golpe que fraturou a vértebra C-5, próxima à nuca. A polícia tem várias linhas de investigação, inclusive crime passional e vingança.