Uma invasão de notas falsas está deixando muita gente no prejuízo. A novidade é que quadrilhas de jovens de classe média estão vendendo dinheiro de mentira pela internet.
As quadrilhas enviam o dinheiro ilegal pelo correio. Só este ano, o Banco Central já recolheu 350 mil notas falsas.
Há quase um mês um engenheiro colocou um celular à venda pela internet. Pelas imagens do circuito de segurança, mostradas na reportagem, dá para ver que os compradores são dois jovens, bem vestidos e parecem ser estudantes. Eles pegam o aparelho, entregam o dinheiro e vão embora.
“Na hora do pagamento, ele me entregou 23 notas de R$ 100. Na hora de conferir, eu identifiquei que não tinha aquela asperidade nas notas. Até falei: ‘Ó, vou conferir com um comerciante aqui essas notas’, pensando que ele ia saber identificar. Infelizmente, não aconteceu isso. Acabou que as notas eram falsas e eu fiquei no prejuízo”, lamentou-se o engenheiro.
O que tem chamado a atenção da Polícia Federal é o perfil desses falsificadores. Geralmente, são jovens, de classe média com acesso a tecnologia avançada. A ousadia é tanta que essas notas falsas são negociadas em redes sociais, sites de compras e até páginas deles mesmos.
Em uma página na rede social são oferecidas notas de R$ 2 por R$ 0,75 cada uma. O falsificador exige pedido mínimo e até dá orientações sobre como repassar o dinheiro falso. Nesse mesmo perfil, tem tabela de valores. E a encomenda vai pelo correio. E o que não falta é gente interessada na oferta.
Segundo a Polícia Federal, as falsificações, muitas vezes, são feitas com impressoras simples, mas confundem bastante. Notas de R$ 100, por exemplo, têm até o holograma.
Além da marca d´água, a textura do papel da cédula é diferente, é mais áspera que o comum e tem autorrelevo. Nas notas de R$ 10 e de R$ 20 os números mudam de cor ao movimentar a cédula; as de R$ 50 e de R$ 100 têm uma faixa holográfica no cantinho. E todas as notas têm um fio de segurança.
Quem falsifica dinheiro, compra ou repassa essas notas falsas comete crime. E pode pegar até 12 de prisão.
“Não há nada que se faça na internet que não deixe rastro, entendeu? Isso é que é importante, que eles não têm ideia, mas é assim que funciona. Pode até demorar, mas vai chegar”, concluiu o delegado Igor Cedrola.