A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou o ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pelo crime de lesão corporal. Ele foi acusado pela sua mulher, Élida Souza Matos, em junho.
Com um olho roxo, ela registrou um boletim de ocorrência e passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal. Élida se retratou em um depoimento posterior, mas o inquérito seguiu seu andamento normal. O caso corre no Supremo Tribunal Federal (STF) porque Gonzaga tem foro privilegiado devido ao cargo que ocupa.
A denúncia contra o ministro foi protocolada por Dodge nessa terça-feira. A acusação é pelo crime de lesão corporal. O caso é relatado pelo ministro Celso de Mello.
Quando o caso veio à tona, o ministro atribuiu o episódio a uma crise de ciúmes da mulher após o consumo de álcool. Afirmou que ela ficou com o olho roxo porque durante uma discussão escorregou em Listerine derramado e bateu na banheira. Ele reconheceu ter dado um empurrão na mulher, mas disse que isso ocorreu em defesa própria. O ministro anexou ao processo fotos suas que mostrariam arranhões provocados pela mulher.
Gonzaga também negou em sua manifestação ter jogado o Listerine na mulher, sustentando que o vidro com o líquido caiu da bancada do banheiro.A filha de Élida, Erica Matos, afirmou em depoimento à polícia ter ouvido gritos durante a discussão do casal com o ministro chamando a mulher de “puta”, “vagabunda” e “escrota”.
Afirmou que Gonzaga usa o cargo para subjugar Élida e que ele nunca permitiu que a mulher estudasse. O ministro negou os xingamentos e atribuiu o depoimento da enteada a uma reação exagerada de quem viu a mãe nervosa e ferida.