A Polícia Civil de Goiás realizará na manhã desta quinta-feira (3) a reconstituição da chacina em Doverlândia, a 413 quilômetros de Goiânia. A reprodução simulada dos sete assassinatos na fazenda Nossa Senhora Aparecida está marcada para começar às 10h.
Para a delegada-geral da Polícia Civil, Adriana Accorsi, responsável pelo caso, a reconstituição é importante para averiguar as versões apresentadas pelos suspeitos, principalmente a do jovem de 22 anos que confessou ter cometido o crime em troca de R$ 50 mil. "Nós entendemos que foram vários envolvidos. Existem pessoas que participaram intelectualmente e outras que participaram materialmente", disse em entrevista coletiva na noite de quarta-feira (2).
Soldados
Na noite desta quarta-feira, dois soldados do exército prestam depoimento, mas a polícia não quis especificar o grau de envolvimento que eles teriam com a chacina. A delegada disse apenas que um deles é irmão do jovem que confessou o crime. A dupla chegou à Delegacia de Homicídios por volta das 21h30, escoltada por membros das Forças Armadas e não falou com a imprensa.
Suspeitos
Quatro pessoas estão na carceragem da Delegacia de Homicídios, suspeitos de participação no assassinato do proprietário da fazenda, do filho dele, de um funcionário e quatro conhecidos. O crime aconteceu no último sábado (28).
O jovem de 22 anos é o único com prisão preventiva decretada. "não há dúvidas de que ele seja um dos principais autores, senão o principal, do crime", disse Adriana Accorsi.
Além dele, três homens estão presos temporariamente. A prisão mais recente aconteceu na tarde desta quarta-feira em Doverlândia, em um assentamento vizinho à fazenda Nossa Senhora Aparecida.
Na segunda-feira (30), a polícia deteve dois suspeitos em Frutal (MG), durante o velório do proprietário da fazenda e do filho. Um deles seria o suposto mandante do crime, mas ambos negaram envolvimento.
Motivação
De acordo com a delegada, há mais de uma hipótese para o crime, mas "todas levam para a questão financeira". Adriana Accorsi prefere não divulgar a motivação exata antes do fim das investigações, mas confirmou a jornalista durante entrevista coletiva que apura um negócio relacionado a venda de gados um dia antes das mortes.
Durante depoimento, o jovem de 22 anos informou à polícia que o alvo era o dono da propriedade. As outras pessoas acabaram mortas para evitar testemunhas.