Desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (22), a imprensa se mobiliza para um dos julgamentos mais "midiáticos" da Justiça brasileira. Ana Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni, acusados de matar Isabella Nardoni, 5, em março de 2008, vão ao crivo popular, que decidirá se a madrasta e o pai da criança são culpados ou inocentes por sua morte.
O casal responde por homicídio triplamente qualificado (meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e ocultação de um crime com a prática de outro). Isabella foi encontrada desacordada no jardim de sua casa, após ser lançada do sexto andar do apartamento do casal.
Por volta de seis horas da manhã, sete helicópteros de emissoras de TV e rádio já estavam sobrevoando o município de Tremembé (SP), de onde saíram os dois acusados. Mais tarde, por volta das 8h30, já na capital paulista, centenas de jornalistas aguardavam em frente ao Fórum de Santana, na Zona Norte, a chegada do casal, testemunhas de defesa, acusação, familiares e advogados.
Mesmo credenciados, os jornalistas presentes foram divididos em dois grupos que se revezarão na "Sala do Júri". São apenas 21 lugares disponíveis para a imprensa, por isso a necessidade da troca. Além disso, está determinado que os profissionais presentes não poderão fazer registros de som e imagem: ou seja, apenas canetas e blocos de anotação serão permitidos aos jornalistas.
Antecipando-se às tentativas de burlar a determinação, o juiz Maurício Fossen advertiu que, se um jornalista sequer for pego com o celular ligado, toda a imprensa será banida da Sala. A agência Rádioweb informa, por meio de Twitter, que a entrada da imprensa no Tribunal só será autorizada após o sorteio do Juri, o que deve acontecer depois das 14h (horário de Brasília).
Apoio de moradores
Vizinha ao Fórum, uma senhora, simpática à presença da imprensa na região, fornece cafezinho, gratuitamente, aos jornalistas que aguardam, desde as primeiras horas da manhã, o início do julgamento.
A previsão, segundo informa a Folha de S.Paulo, é que o julgamento se estenda por quatro dias. O casal pode ser condenado a até trinta anos de prisão.