Uma investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) revelou um esquema alarmante envolvendo agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Os GCMs, em troca de propina, colaboravam com o PCC para deslocar usuários de drogas da Cracolândia para áreas comerciais, onde depois extorquiam os comerciantes, exigindo cerca de R$ 50 mil mensais para remover os dependentes e levá-los para outra região.
O esquema não se limitava apenas ao deslocamento de usuários. O PCC, com a colaboração de alguns agentes da GCM, dominava a região central de São Paulo, utilizando os dependentes químicos como mão de obra em ferros-velhos clandestinos e em esconderijos de drogas. Testemunhas protegidas forneceram depoimentos em áudio e vídeo, revelando que a facção também comprava hotéis e prédios velhos na região para usá-los como bases operacionais, conhecidas como "QG do crime".
Esses hotéis, localizados em áreas estratégicas, funcionavam como depósitos de armas e drogas, fortalecendo a influência do PCC na região central da cidade. A Favela do Moinho foi identificada como uma das principais bases da facção, servindo como um importante centro de operações criminosas.
A investigação destaca a complexidade do envolvimento de autoridades municipais com o crime organizado, mostrando como o PCC conseguiu corromper agentes e expandir seu controle sobre áreas vulneráveis da cidade. A divulgação desses detalhes trouxe à tona a gravidade da situação e a necessidade urgente de medidas para combater a corrupção e o crime organizado na região.