A garota de programa que filmou um encontro com um sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) na segunda-feira (2/9) revelou detalhes adicionais da situação que não aparecem nas imagens. O vídeo, com um minuto de duração, viralizou nas redes sociais e mostra o policial militar de Brasília fardado, estacionando uma viatura oficial na garagem de um motel. A filmagem foi feita pela própria transexual, que alegou ter gravado a cena para sua própria proteção.
Em entrevista, Pâmela Martins afirmou que não tinha a intenção de divulgar o vídeo nas redes sociais. As imagens foram publicadas brevemente em seu status do WhatsApp. “Postei e fui atender um cliente. Quando voltei, o vídeo já havia sido copiado e compartilhado em vários grupos”, relatou.
Pâmela contou que costuma trabalhar em um ponto de prostituição no Setor de Indústrias de Taguatinga, numa área conhecida como “Coca-Cola”. Segundo ela, o policial a abordou por volta das 11h30, em uma viatura com a plotagem do 28º Batalhão da PM (Riacho Fundo). "Ainda era cedo, e ele me perguntou se eu era ‘menino’ ou ‘menina’. Respondi que era ‘boneca’", disse.
Cachê do programa
De acordo com Pâmela, o policial aceitou pagar R$ 300 pelo programa. Ela confirmou que entrou na viatura e seguiu para o motel, sentada no banco do carona. Pâmela notou que o policial aparentava estar sob efeito de álcool, algo que só percebeu ao se aproximar dele e sentir o cheiro de bebida alcoólica. Ela afirmou que o encontro se resumiu a beijos e sexo oral.
Após o programa, o policial teria chamado outro PM para trazer o pagamento em espécie até o motel. Nesse momento, um colega de farda do cliente chegou em outra viatura. “Logo depois que recebi o dinheiro, fui embora”, concluiu.
O advogado de Pâmela, Walisson dos Reis, declarou que sua cliente não cometeu nenhum crime e está disponível para cooperar com as autoridades. "Entramos em contato com a corregedoria da PM e o Ministério Público para auxiliar na apuração dos fatos. O que deve ser investigado é a conduta dos agentes públicos. As viaturas possuem GPS, e o local tem câmeras de segurança que confirmarão a versão da minha cliente", afirmou.
Resposta da PMDF
A Corregedoria da PMDF informou que "já identificou o policial militar mencionado no episódio" noticiado pelo Metrópoles na segunda-feira (3/9). A PMDF declarou que adotou "medidas imediatas", incluindo "a devida repressão disciplinar e a instauração do procedimento criminal correspondente".
O militar, no entanto, não foi afastado e continua desempenhando suas funções.