Preso ontem, Wanderley Lemes de Aquino, 44, secretário de Habitação de Jandira (Grande SP), foi transferido ontem para uma prisão. Ele também foi exonerado do cargo. Aquino é investigado sob suspeita de ser o mandante da morte do prefeito Walderi Braz Paschoalin (PSDB), ocorrida há uma semana, mas foi preso sob a acusação de apropriação indébita.
Segundo a defesa de Paschoalin, a acusação refere-se a um processo de dez anos, época em que ele era presidente de uma associação de moradores e foi acusado de desviar verba da entidade.
Aquino foi preso quando chegava em seu gabinete. Segundo informações do telejornal "Bom Dia São Paulo", da Rede Globo, ele foi transferido para uma prisão em Carapicuíba (também na Grande SP). A defesa pediu ontem à tarde à Justiça a libertação do ex-secretário e espera que ele seja solto hoje.
A polícia apreendeu documentos, o computador e até o lixo da sala de Aquino em busca de possíveis provas que o liguem à morte de Paschoalin.
Por existir a suspeita de que Aquino tenha telefonado para um dos quatro homens presos sob a acusação de ter participado do crime, a Justiça determinou ontem a quebra de seu sigilo telefônico.
Para os investigadores, Aquino pode ter tramado a morte de Paschoalin por causa da disputa por propinas.
OUTRO LADO
William Rueda, advogado de defesa de Aquino, disse que seu cliente "era amigo" do prefeito Walderi Braz Paschoalin.
Segundo ele, "chega a ser uma heresia" tentar vincular Aquino ao assassinato.
"Ele não é suspeito pela morte do prefeito. Ao contrário, era amigo do Braz", disse ontem o advogado de defesa de Aquino.
De acordo com Rueda, o ex-secretário foi preso ontem por um problema judicial que está prestes a ser resolvido e pelo qual o seu cliente não tem culpa.
"Ele [Aquino] era presidente de uma associação de moradores e, durante um processo por indenização, alguns valores foram questionados e existiu a suspeita de que ele tivesse ficado com algum dinheiro irregularmente, coisa que não aconteceu", afirmou Rueda.