Sentenciado de morte pelo PCC, pedreiro foge em ônibus e busca refúgio em delegacia

Bianca Larissa dos Santos Ferreira, de 28 anos, motorista de aplicativo, inventou essa história com o objetivo de ficar com a casa do ex-marido, com quem tem dois filhos

Pedreiro buscou refúgio em delegacia após a ex-companheira ter denunciado-o ao PCC | Divulgação/Polícia Civil
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Após ser alvo de uma grave acusação falsa "plantada" por sua ex-mulher, um pedreiro de 44 anos, residente em Jarinu, interior de São Paulo, conseguiu escapar de uma sentença de morte imposta pelo Tribunal do Crime do Primeiro Comando da Capital (PCC). O homem fugiu de ônibus e procurou ajuda na delegacia da cidade.

O pedreiro foi condenado pelo chamado "tabuleiro", após sua ex-companheira afirmar aos membros da facção que ele estaria vendendo drogas em áreas controladas pelo PCC. De acordo com a Polícia Civil, a mulher, identificada como Bianca Larissa dos Santos Ferreira, de 28 anos, motorista de aplicativo, inventou essa história com o objetivo de ficar com a casa do ex-marido, com quem tem dois filhos.

Onde foi o julgamento

As investigações indicam que a vítima foi levada ao tribunal do crime na cidade vizinha de Jundiaí, na quinta-feira (19). Durante o "julgamento", o pedreiro foi condenado à morte, mas conseguiu escapar antes que a sentença fosse cumprida. Ele correu pela região central de Jundiaí e conseguiu embarcar em um ônibus intermunicipal em direção a Jarinu, onde buscou refúgio na delegacia local, sob a proteção do delegado Felipe Bueno Carbonari.

Conforme as diligências, a ex-mulher teria gravado um vídeo em que manipulava uma sacola contendo o que aparentava ser drogas, enviando a gravação aos membros do PCC para incriminar o ex-companheiro. No vídeo, Bianca alegava que ele estaria vendendo drogas "sem autorização" da facção.

Atribuições no PCC

Ela ainda conseguiu convencê-lo a ir até o Morro São Camilo, em Jundiaí, local onde seria realizado o "julgamento" do tribunal do crime. Luís Fernando Silva de Souza, conhecido como "Nando", de 36 anos, foi o responsável por julgar o pedreiro, exercendo o cargo de "disciplina" do PCC na região há cerca de três meses.

Os "disciplinas" são encarregados de fazer cumprir as regras da facção em territórios dominados e de punir aqueles que desobedecem, seja por espancamento, mutilação ou morte. A organização do julgamento foi autorizada por uma traficante identificada como "Buia", chefe do tráfico em Jarinu e Várzea Paulista. A ordem de execução foi transmitida a Nando por um criminoso conhecido como "Nego Lia", envolvido em outros assassinatos resultantes de julgamentos do PCC, como consta nos registros do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Graças à sua fuga e ao apoio policial, o pedreiro conseguiu evitar a morte, enquanto as investigações seguem em andamento para responsabilizar os envolvidos no esquema.

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