O sequestrador de um menino de 3 anos, Aderson Rodrigues Lima, de 47 anos, foi encontrado morto no início da tarde desse sábado (9), em uma cela do Centro de Inserção Social de Jataí, na região sudoeste de Goiás. Ele foi preso na sexta-feira (8) por ter mantido uma criança refém por cerca 4h30 no Terminal Rodoviário de Jataí, ameaçando matá-la. A Polícia Civil trabalha com duas linhas de investigação: suicídio ou homicídio.
A vítima morreu na cela de triagem, onde o preso é mantido até que sejam feitos os devidos procedimentos de identificação e exames médicos. Aderson Silva já tinha passagens por roubo, furto e tráfico de drogas. No local, o sequestrador estava com outros 18 detentos, que chamaram os agentes penitenciários quando ele já estava morto. O corpo de Aderson foi encontrado pendurado em uma viga, amarrado por uma corda de tecido no pescoço dele, relatou a polícia.
Os demais presos informaram para os funcionários do presídio que ele suicidou, entretanto, a delegada Paula Daniela Ruza, afirmou que vai investigar o caso. ?É muito estranho que ninguém tenha visto Aderson se matar, pois havia outras 18 pessoas em uma cela pequena?, pondera a policial. A delegada informou que vai apurar se foi homicídio ou suicídio. ?Não descarto nenhuma hipótese, até porque ele cometeu um crime bárbaro, que chocou os moradores de Jataí?, ressalta Paula Ruza.
O corpo ainda está sendo periciado no Instituto Médico Legal da cidade. A Polícia Civil não conseguiu entrar em contato com nenhum parente de Aderson Silva, que é natural de Posse, na região norte de Goiás. A delegada informou que, recentemente, ele teria fugido de uma clínica de reabilitação de Jataí, pois era usuário de drogas.
O laudo da perícia deve sair em dez dias. Enquanto isso, na próxima quarta-feira (13), a delegada Paula Ruza vai interrogar os detentos que estavam na cela com a vítima.
Sequestro
O sequestro começou por volta das 7h de sexta-feira (8), quando Aderson Silva pegou o garoto, que estava com a avó esperando um ônibus. Eles saíram de Uberaba, em Minas Gerais, e seguiam para Cassilândia, no Mato Grosso do Sul.
Segundo testemunhas, o sequestrador pegou o menino de 3 anos no colo da avó e correu para a sala usada como guarda-volume. Aflita, a avó do menino acompanhou tudo de perto. O comandante Wagmar Franco afirmou que o homem estava drogado. ?Tudo leva a crer que ele tinha consumido crack. Ele teve momentos de alucinação característicos de quem usa essa droga. Tivemos que ter muito cuidado durante o tempo todo devido ao estado dele?, explicou Franco.
O sequestrador manteve a criança no colo o tempo todo em que esteve com ela. O homem ameaçava cortar o pescoço do menino com uma faca. De acordo com informações da polícia, a criança chorava bastante nas primeiras horas do sequestro, e Anderson a assustava ainda mais mandando-a calar a boca, contaram os policiais.
A PM teve de isolar o local. O embarque e desembarque de passageiros foi transferido para outra parte do terminal rodoviário. Por volta de 11h, um helicóptero do Corpo de Bombeiros chegou a Jataí com homens do GT3 e cinco atiradores de elite. Junto com o grupo, viajou um coronel que é negociador da Secretaria de Segurança Pública de Goiás. Meia hora depois, o sequestrador foi imobilizado por uma arma de choque e a criança liberada. Ninguém ficou ferido.
Estupro
Uma mulher de 26 anos prucurou a delegacia de Jataí após ver as imagens do sequestro do menino e reconhecer Aderson. Segundo ela, o homem teria tentado estuprá-la há dez dias. ?Não cedi, daí ele começou a apedrejar meu rosto, por todas as partes. Me machucou muito, cortou meu rosto?, relatou a suposta vítima.
A tentativa de estupro não chegou a ser confirmada, pois, segundo a delegada Paula Ruza, a mulher ia fazer a identificação do suspeito na quarta-feira (13).