Após 15 horas de negociação, o sequestrador, que manteve duas pessoas reféns dentro de uma padaria em Guarapari, Espírito Santo, se entregou à polícia. O criminoso, identificado como Lucas Marcelino, foi encaminhado para o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) do município, onde foi ouvido pelo delegado e autuado por sequestro e porte ilegal de armas. De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), o criminoso será encaminhado ainda na manhã deste domingo (10) para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarapari.
Ao chegar no DPJ, Lucas Marcelino negou ter apontado a arma para as vítimas. "Eu não tenho nem casa, a minha pegou fogo. Eu acendi uma vela e quando voltei estava pegando fogo. Eu não queria matar ninguém (no sequestro). Eu ia assaltar um ônibus, e agora a polícia me enquadrou. Eu nem apontei a arma para os reféns, eu estava colocando na minha cabeça e falando que ia me matar, mas no final deu isso", disse.
Policiais militares e grupos do Batalhão de Missões Especiais (BME) isolaram a rua de acesso ao estabelecimento e fizeram a segurança do local. O capital Joel, da Polícia Militar, comentou sobre a negociação e das exigências do criminoso. "Não sabemos a motivação. Ele tomou as pessoas e fechou as portas. No início da ocorrência, parecia que ele estava sob efeito de drogas. O efeito está passando durante a negociação com o BME. Ele chegou a pedir armas e a presença da ex-namorada, mas os pedidos foram negados", disse.
A filha das vítimas disse que o pai é um senhor de idade e sofre de diabetes, mas que, dentro do estabelecimento, havia remédios necessários. Ao fim do sequestro, a jovem afirmou estar aliviada. "Eu estou muito feliz agora, só tenho que agradecer a Deus mesmo. Só tivemos pensamento positivo para que isso acabasse logo. Agora, vamos ter um dia dos pais abençoado", disse.
Início
De acordo com a polícia, o suspeito trocou tiros com militares durante uma perseguição. Na fuga, ele entrou dentro da padaria Pontual e fez os reféns. A Sesp informou que a perseguição ocorreu depois que a polícia recebeu a denúncia de que o homem estaria armado, em um ponto de ônibus do bairro. O capital Joel informou que o sequestrador tinha a intensão de assaltar um coletivo.
Vizinho
Um morador da região, que preferiu não se identificar, contou que a mãe e o irmão do sequestrador foram ao local na tentativa de negociar com o rapaz, mas não conseguiram.
Ainda segundo o morador, supostas fotos do suspeito baleado chegaram a ser compartilhadas em um aplicativo de celular, mas nenhum disparo foi confirmado pela polícia. "Recebi imagens de pessoas baleadas, mas era tudo boato. Não houve nenhum barulho de tiro", disse.