O delegado Antenor Lopes, diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC), afirmou que o software israelense Cellebrite Premium ,que recuperou mensagens apagadas de celulares, foi fundamental para a prisão de Dr. Jairinho e Monique Medeiros, padrasto e mãe de Henry, nesta quinta-feira (8). Para a polícia, não há dúvida de que o menino de 4 anos foi assassinado no dia 8 de março. .
“[O software] Contribuiu de maneira muito importante para a investigação”, afirmou.
O laudo da morte de Henry, levado pelo casal já sem vida a um hospital do Rio de Janeiro na madrugada de 8 de março, mostra sinais de violência. No dia, só Jairinho, Monique e a criança estavam no apartamento, localizado na Barra da Tijuca. O casal ficará preso por 30 dias por suspeita de homicídio duplamente qualificado de Henry e por tentar atrapalhar as investigações.
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"Hoje temos todos os elementos probatórios e podemos sim afirmar que temos provas que essa criança [Henry] foi assassinada e não foi vítima de um acidente doméstico. O Cellebrite foi uma prova técnica essencial, muito forte, onde o delegado [Damasceno] embasou seu pedido de prisão, que é corroborado pelo Ministério Público e acabou sendo deferido pela juíza do 2º Tribunal do Júri", disse Lopes.
"As demais provas técnicas da simulação e laudos médicos legais estão sendo finalizados e serão oportunamente juntados aos autos", completou.
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GOVERNADOR LIBEROU VERBA
O delegado acrescentou que havia um processo de licitação para a compra desse equipamento de rastreamento que estava parado havia mais de dois anos.
"O governador Cláudio Castro, sensibilizado com esse caso, liberou verba no último dia 31 e conseguimos adquirir esse equipamento de última geração, que foi fundamental para o esclarecimento desse caso. Conseguimos obter provas importantíssimas que levaram o delegado a solicitar o pedido de prisão à Justiça. O Ministério Público nos apoiou integralmente e hoje efetuamos a prisão do casal", disse o diretor do DGPC.
JAIRINHO TENTOU LIBERAR CORPO
O delegado contou que na véspera da prisão, a polícia conseguiu um importante depoimento de um executivo da área da saúde confirmando que Jairinho tentou liberar o corpo do menino no Hospital Barra D'Or sem que ele passasse pelo Instituto Médico Legal (IML).
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"Ou seja, o corpo não sofreria a perícia e não teríamos como afirmar que essa criança foi assassinada. Mas isso não ocorreu. A equipe do Barra D'Or foi extremamente profissional. O próprio executivo foi profissional e cuidadoso. Ele percebeu que o pedido não tinha razoabilidade e colaborou com as investigações. É mais uma prova importante", disse Lopes.
CASO NA JUSTIÇA
Ele disse que as investigações sobre o caso continuam e que espera concluir o inquérito nos próximos dias para que o casal seja levado à Justiça e seja julgado pelo crime.
"As mensagens que foram obtidas através de uma prova técnica de fato comprovam que essa criança vinha sofrendo agressões dentro do apartamento. Agressões praticadas pelo vereador e médico Dr. Jairinho. Todas as provas técnicas serão juntadas ao inquérito policial, mas neste momento podemos afirmar sim que houve toda uma arquitetura incompreensível caso fosse um acidente, a combinação de depoimentos. Algo que não se espera de uma família enlutada. Todas as provas técnicas estão sendo finalizadas", disse Lopes.
MÃE SABIA DAS AGRESSÕES
O delegado declarou ainda que pode afirmar que a mãe de Henry tinha conhecimento das agressões.
"E como ela é mãe, essa omissão dela é realmente relevante. Por isso, ela está sendo responsabilizada nesse ato por esse crime. O casal parecia bem unido até no momento da prisão, eles estavam dormindo juntos na casa da tia de Jairinho. E mesmo depois da morte do menino, a mãe apresenta a todo momento essa versão protegendo o vereador", disse Lopes, acrescentando que não há nenhuma prova que mostre que Monique estava sendo ameaçada por Jairinho, caso procurasse a polícia.
AMEAÇA À BABÁ
O delegado disse que vai tentar esclarecer se houve alguma ameaça por parte de Jairinho à babá, que teria mentido em seu depoimento na delegacia. A polícia está finalizando apurações técnicas e juntando laudos complementares ao inquérito.
"O inquérito ainda não está 100% encerrado, ainda faltam algumas diligências, que nós esperamos que sejam concluídas nos próximos dias", disse Lopes.