Policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) vão ouvir nesta segunda-feira a oitava testemunha do caso do assassinato do empresário da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga. De acordo com informações do detetive contratado por Elize Araújo Kitano Matsunaga, de 38 anos, viúva de Marcos, a testemunha seria a amante do empresário. A SSP não tinha informações sobre o horário do depoimento e nem o nome da testemunha.O suposto caso extraconjugal teria sido o motivo da briga entre o casal no último dia 19 de maio, que culminou com a morte do executivo. Elize era casada desde 2009 com Marcos, com quem tinha uma filha de um ano. Ela matou Marcos com um tiro de pistola calibre 380 na cabeça. O crime ocorreu no apartamento do casal, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo.
Na última quinta (7), o advogado de defesa de Elize, Luciano de Freitas Santoro, afirmou ao UOL que Matsunaga havia traído a mulher quando ela estava grávida, há cerca de dois anos. Elize confessou o crime na quarta-feira (6), após oito horas de depoimento à Polícia Civil de São Paulo.
?O casamento já não andava bem de uns seis meses para cá. Ela descobriu que ele a tinha traído de novo. Porque a primeira vez tinha sido há uns dois anos, quando ela estava grávida?, afirmou Santoro.
À polícia, Elize disse ter matado Matsunaga com um tiro na cabeça após uma discussão, quando ela contou ao marido que havia contratado um detetive e descoberto que o empresário havia saído com outras mulheres no mês passado. ?O marido deu um tapa no rosto dela e seguiu agredindo-a verbalmente; falou coisas bem pesadas?, disse o advogado.
Site de relacionamentos
Segundo Santoro, eles haviam se conhecido em um site de relacionamentos e estavam juntos desde 2004. Em 2007, foram morar juntos e, cerca de dois anos depois, oficializaram a união. O casal tem uma filha de um ano, que está no apartamento da família, na zona oeste de São Paulo, sob os cuidados de uma tia da Elize.
?O motivo do crime não foi ciúmes por causa de uma única mulher, foi por uma série de fatores. O casamento vinha deteriorando nos últimos meses até a situação virar uma bola de neve e culminar nessa tragédia.?
Santoro afirmou que apenas a família dele tinha ideia de que o clima estava pesado entre o casal. ?Elize não comentava nada com os parentes dela para poupar a mãe, que está doente.?
O advogado disse ainda que é cedo para se falar em habeas corpus. "Ainda estamos quais serão os próximos passos. Antes de pedir um habeas corpus, há outras medidas que podem ser tomadas, como o pedido de revogação da prisão temporária, que expira dia 24 de junho, ou da preventiva, caso venha a ser pedida depois. No entanto, no momento, prefiro não falar sobre isso."
Depoimento e reconstituição/b>
À polícia, Elize contou que agiu sozinha e usou uma arma, calibre 380, que ganhara de presente do marido.
Depois de deixar o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) na noite de quarta, onde depôs, ela seguiu com uma equipe de peritos técnicos até a cobertura onde vivia com o marido para ajudar na reconstituição do crime.
Com um boneco para representar a vítima, os peritos confirmaram a versão de Elize, de que Matsunaga foi morto com um tiro na cabeça na sala e foi arrastado até um dos quartos. No apartamento, foram apreendidas 30 armas de diversos calibres e cerca de 10 mil projéteis. Matsunaga era colecionador e tinha autorização para ter as armas.
Também na noite de quarta, a polícia divulgou as imagens das câmeras de segurança do prédio onde o casal vivia. Elas mostram os últimos momentos de vida do executivo e quando Elize desceu até a garagem, pelo elevador de serviço, com as três malas usadas para transportar o corpo.