Mary Vieira Knorr, de 53 anos, suspeita de matar as duas filhas adolescentes, de 13 e 14 anos, no bairro do Butantã, em São Paulo, devia cerca de R$ 200 mil segundo informações da polícia. Ao site, Gilmar Contrera, delegado-titular do 14º Distrito Policial, informou que além de alguns processos já arquivados e extintos, Mary ainda respondia por ações registradas em 2013 por estelionato e apropriação indébita.
? Como ela trabalhava como corretora, são casos relacionados com imóveis. Ela pegava o dinheiro das pessoas interessadas em imóveis ? ou a título de entrada ou para conseguir um financiamento para o imóvel ?, e não concluía essa transação. Ela ficava com o dinheiro. Pelo que a gente viu, totaliza R$ 200 mil de dívidas, de acordo com esses boletins, de acordo com o que as vítimas reclamaram.
Contrera declarou também que a polícia ainda não colheu muitas informações sobre o perfil de Mary. O pai das meninas, ex-marido da suspeita, chegou a ser ouvido no dia em que os corpos foram encontrados, mas não tinha condições de falar muito sobre o caso. No entanto, o delegado disse que já possuem alguns indícios sobre o comportamento da mãe.
? Temos informações de redes sociais [do que as filhas postavam] que dão uma amostra do comportamento da mãe. As meninas chegaram a postar que ela tinha ?pirado?, e que pretendia sair de casa. Isso mostra que a mãe oscilava um pouco.
Até o momento, a principal linha de investigação aponta para um possível surto de Mary que levou ao assassinato das duas filhas e a tentativa de suicídio. No entanto, o que teria motivado esse surto ainda é desconhecido.
? Estamos trabalhando com essa hipótese do surto e muita coisa pode ter agravado. A pessoa pode já ter uma pré-disposição e de repente o problema financeiro foi agravando e às vezes a pessoa não acha uma saída, uma solução para o problema, e para evitar a dor dos filhos acaba matando e depois tenta se matar.
A polícia informou que, de acordo com a filha mais velha de Mary, a mãe não tomava medicamentos e não realizava nenhum tipo de tratamento psicológico. Contrera disse que não foram encontrados remédios na casa, mas que a polícia aguarda o resultado da avaliação psicológica de Mary, realizada no sábado (14) para continuar a investigação.
Mary está internada no HU (Hospital Universitário) da USP. Nesta quarta-feira (18), delegados do 14º DP devem comparecer ao HU para saber se Mary tem condições de conversar com a polícia.
O Crecisp (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo) informou, por meio de nota, que não encontrou no banco de dados nenhum registro de Mary e esclarece que ela ?não é, portanto, corretora de imóveis inscrita no Crecisp, não tendo nenhuma ligação com este Conselho ou com a categoria de profissionais aqui inscritos?.