Presa suspeita pelo assassinato do marido no início da tarde de segunda-feira (14), em Campo Grande, Rayssa Gabriella Robles Almeida Florencio, 28 anos, justifica. "Uma traição ninguém admite". Ela confessa o crime, diz que estava sendo agredida e que a intenção era machucá-lo. "Não era para matar ele. Eu não iria matar ele".
Rayssa conta que vivia com Fernando Cardoso Nogueira, de 32 anos, há quase 13 anos, entre idas e vindas, e tiveram três filhos. Neste período, ela fala ter sido agredida várias vezes, mas não havia denunciado à polícia a violência doméstica.
Segundo a jovem, no domingo (13), ela flagrou Nogueira com uma amante, houve briga e ela foi com os filhos para a casa dos pais. Nessa segunda-feira, ao ir para a residência pegar documentos para, conforme ela, denunciar à polícia as agressões, se deparou novamente com o esposo e a amante.
De acordo com Rayssa, os três brigaram e, para se defender, esfaqueou Nogueira. Ele foi atingido na região do abdômen e morreu na rua, perto da casa. Ela foi presa em seguida pela Polícia Militar (PM). "Eu só me arrependo pelos meus filhos, por ele não", garante.
A mãe do homem, Ruthi Cardoso Nogueira, 59 anos, diz que Rhayssa tinha muito ciúmes do marido e que brigas eram constantes. A jovem admite ser ciumenta. "Eu tinha ciúmes sim. Ciúmes é uma coisa, pegar é outra".
A faca utilizada no assassinato não havia sido encontrada até a publicação desta reportagem. Segundo Rhayssa, ela entregou a arma a um homem que passava pelo local.
A jovem disse ainda que o marido vendia drogas na área central de Campo Grande. A PM confirma que Nogueira tinha passagens por tráfico, assim como a mulher de 24 anos apontada como amante dele.