Um jovem foi brutalmente espancado na Zona Sul do Rio de Janeiro, por um grupo de homens na noite desta terça-feira (5). O momento da agressão foi registrado em vídeo que foi amplamente compartilhado. A identidade e seu estado de saúde ainda não foram divulgados.
No vídeo, é possível ouvir uma pessoa falando “ para não roubar mais”, o jovem cai no chão, e continua sendo agredido. Os agressores dão chutes na região das costas e cabeça e um cabo de vassoura também é quebrado nele. A cena foi registrada após a onda de assalto que aconteceu no Rio de Janeiro.
Em um outro vídeo, um grupo de homens usam capacetes para agredir outro jovem. Por meio dos vídeos não é possível definir de quem se trata, ou se é o mesmo do outro vídeo. Um homem que parece registrar tudo do lado de fora de um ônibus diz: “Os manos vão amassar, aqui é Leme".
Um terceiro vídeo revela um episódio em que dois motociclistas arrastam um adolescente, desferindo socos em sua cabeça enquanto ele tenta escapar. Não há informações sobre a identificação ou estado de saúde das vítimas, tampouco se estavam envolvidas em atividades criminosas.
As agressões parecem ter ocorrido como resposta ao aumento de assaltos na região de Copacabana. Um grupo teria se organizado para reprimir suspeitos de roubo na localidade. Importante ressaltar que realizar "justiça com as próprias mãos" constitui um crime conforme estabelecido pelo artigo 345 do Código Penal Brasileiro.
Em comunicado, a Polícia Civil afirmou estar ciente da situação e informou que diligências estão em andamento para identificar os envolvidos e esclarecer os acontecimentos. Os delegados da 12ª DP (Copacabana) e 13ª DP (Ipanema) estão conduzindo as investigações, analisando vídeos das redes sociais para identificar os suspeitos.
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Polícia Militar enfatiza que "convocações para agressões ou perturbação da ordem pública não são meios apropriados para lidar com atividades criminosas em Copacabana".
"É importante que a sociedade apoie, confie e colabore com as ações realizadas pelos órgãos de segurança pública, bem como de outros atores envolvidos. É importante salientar que esse é um problema que ultrapassa a atuação somente da Corporação, sendo um obstáculo de âmbito social. E cabe destacar que é de suma importância a atuação ativa de outros atores sociais e de órgãos públicos – municipal, estadual e federal. Além disso, destacamos que a legislação vigente precisa ser revista no que tange a segurança pública", diz a nota.
Destacamos que a Secretaria de Estado de Polícia Militar (SEPM) permanece operando com reforço policial constante em Copacabana, em operações ininterruptas, colaborando de maneira integrada com as demais forças de segurança.
O secretário de Segurança Pública afirmou que os denominados "justiceiros" são considerados criminosos, equiparando suas ações às práticas delituosas dos assaltantes. Em uma entrevista concedida ao programa Estúdio da GloboNews, na quarta-feira (6), ele comparou esses grupos a milícias e a organizações de extermínio.
"Justiceiro é o berço da milícia. É exatamente isso, um grupo que se acha acima do bem e do mal, que se acha no direito de fazer justiça com as próprias mãos. E antes da milícia, nós tínhamos os grupos de extermínio. Praticam crimes com o objetivo de evitar crimes. Na verdade, são todos eles criminosos. O justiceiro é criminoso", afirmou Victor Santos.