Suspeito de atirar em menino boliviano também é achado morto

Corpo de Diego Freitas Campos, de 20 anos, foi reconhecido por familiares.

Suspeito de atirar em menino boliviano também é achado morto | Reprodução
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O corpo de Diego Rocha Freitas Campos, de 20 anos, foi reconhecido nesta quarta-feira (11) pela família em fotografias armazenadas no Instituto Médico-Legal (IML). Diego é apontado como o homem que atirou no menino boliviano Brayan Yanarico Capcha, de 5 anos, durante um assalto na casa dos pais do menino, em São Mateus, na Zona Leste de São Paulo. Ele foi encontrado morto no dia 7 de julho, na Zona Norte.

Diego é o quarto suspeito de participar do crime a morrer. Ele havia sido enterrado como indigente, segundo a Secretaria da Segurança Pública. Dos cinco apontados pela polícia como responsáveis pelo crime, apenas um adolescente sobreviveu. Ele está na Fundação Casa.

A polícia confirmou, nesta terça-feira (10), a morte de Wesley Soares Pedroso, de 19 anos. O corpo de Wesley Pedroso foi encontrado com marcas de tiros também no dia 7 julho, mas só agora foi identificado.

O garoto Brayan Yanarico Capcha foi assassinado na madrugada de 28 de junho porque chorou durante o assalto à casa da família. Depois do crime, três suspeitos foram detidos: o adolescente, Paulo Ricardo Martins, de 19 anos, e Felipe dos Santos Lima, de 18 anos.

Martins e Lima foram encontrados mortos em 30 de agosto no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Santo André, no ABC, onde aguardavam julgamento. Eles tinham chegado à unidade havia quatro dias. De acordo com integrante da administração estadual ouvido pelo G1, a dupla foi vítima de envenenamento. Eles foram obrigados a tomar uma mistura de cocaína, viagra e álcool, que teria causado a morte quase imediata dos presidiários.

A dupla não estava em ala reservada, porque suspostamente não havia ameaça contra eles. O crime ocorreu em um pátio da unidade. A secretaria diz que outros presos solicitaram atendimento de urgência. A SAP informa que imediatamente os agentes de segurança penitenciária os levaram à enfermaria da unidade penal, onde já chegaram sem vida.

A Secretaria da Administração Penitenciária informou que o caso será apurado pela Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário. Foi instaurado Procedimento Apuratório Preliminar, para apontar a causa da morte e elas serão comunicadas Vara de Execução Criminal, à Polícia Civil e à perícia.

O assassinato de Brayan

No dia do crime, os cinco criminosos usavam máscaras para não ser identificados e estavam armados com revólveres e facas. O grupo rendeu o tio da vítima que chegava com o carro na garagem. De acordo com as vítimas, os bandidos eram brasileiros.

Os pais contaram ter dado R$ 3,5 mil aos assaltantes, mas eles exigiam mais. Em seguida, o tio entregou R$ 1 mil à quadrilha, que não se deu por satisfeita e passou a ameaçar matar Brayan com uma faca caso não recebesse mais dinheiro.

A mãe, Veronica Capcha Mamani, de 24 anos, relatou que abriu a carteira vazia. "Não tinha mais nada", disse ela, que está há seis meses no Brasil, depois de vir com o marido e filho da Bolívia.

A costureira disse ainda que segurou o menino no colo durante o assalto, se ajoelhou e implorou que os criminosos não matassem a criança. Porém, assustado com a situação, o garoto chorava muito, o que irritou os bandidos. Ela relatou que o criminoso gritava para o menino "parar de chorar" e não chamar a atenção dos vizinhos. Irritado com o choro da criança, um dos criminosos atirou na cabeça do menino.

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