Suspeito de matar dentista em morro saiu da prisão há três meses

Os dois suspeitos presos nesta terça-feira já tinham antecedentes

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A polícia apura se Marcelo da Conceição Batista, o LC do Borel, está por trás da tentativa de invasão, no início da semana, ao Morro do Banco, no Itanhangá, Zona Oeste do Rio — na fuga, bandidos atiraram 17 vezes contra o carro da cirurgiã-dentista Priscila Soares Nicolau dos Reis, de 37 anos, que morreu na hora. Até 4 de agosto, porém, Marcelo encontrava-se atrás das grades no presídio de Bangu 3, que abriga os principais nomes da maior facção criminosa do estado.

Preso pela 16ª DP (Barra da Tijuca) em novembro de 2014, no Morro do Borel, na Tijuca — de onde teria saído o bonde de criminosos na última segunda-feira —, Marcelo era apontado, à época, como chefe do tráfico no Morro do Banco. Em maio do ano passado, ao aceitar a denúncia, o juiz Ricardo Coronha Pinheiro decretou a prisão preventiva do suspeito e de outras 14 pessoas supostamente envolvidas com a venda de drogas na comunidade. Desde então, Marcelo é réu pelos crimes de tráfico e associação para o tráfico.

Cerca de um ano depois, em 28 de julho, atendendo a um pedido do Ministério Público, o mesmo magistrado revogou algumas das prisões e concedeu liberdade a 11 réus, incluindo LC do Borel. Na decisão, o próprio juiz Ricardo Pinheiro, além de citar um “excesso de prazo”, frisa a “altíssima periculosidade” de parte dos acusados.

O grupo que tentou retomar o Morro do Banco na segunda-feira tinha entre 10 e 15 homens fortemente armados. Nesta terça, durante operação conjunta na região, o 31º BPM (Recreio) e a 16ª DP prenderam dois homens apontados como integrantes do bando: Ademilson Luiz Guedes Costa, de 22 anos, conhecido como Nota Preta, e Rafael Alves Peixoto, de 26, ambos oriundos do Morro da Formiga, vizinho ao Borel. Os dois foram encaminhados à Divisão de Homicídios, que investiga a morte da dentista.

O vídeo de uma câmera de segurança posicionada próximo a um dos acessos ao Morro do Banco registrou a movimentação de parte do grupo que tentou invadir a favela. As imagens mostram cinco homens armados de fuzis. Segundo a polícia, Ademilson e Rafael estão entre os bandidos que aparecem na gravação.

Os dois suspeitos presos nesta terça-feira já tinham antecedentes. O mais velho, Rafael Alves Peixoto, tem o nome citado em 15 registros na polícia, como acusado ou envolvido em crimes como tráfico de drogas e furto. Já Ademilson aparece em seis ocorrências. Em 2008, foi investigado pela 14ª DP (Leblon) por roubo. Em 2010, nova investigação pelo mesmo crime, também na 14ª DP. Já em 2013, foi preso pela 16ª DP por associação para o tráfico.

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