O advogado de um dos suspeitos de participar de um racha que deixou seis mortos em Mogi das Cruzes (a 63 km de São Paulo) no final de semana, Francisco Alves de Lima, disse na tarde desta segunda-feira (30) que o cliente "foi vítima de um psicopata do volante". Ele se referiu ao pedreiro Reginaldo Ferreira da Silva, de 41 anos, que perdeu o controle do Monza que atingiu as vítimas e foi preso em flagrante alcoolizado e sem habilitação.
Motorista do Palio que teria participado do racha, o auxiliar de escritório Paulo Henrique Batista, 23, se apresentou hoje de manhã ao delegado do 2º DP (Distrito Policial), Daniel Miragaia, acompanhado do advogado.
Após cerca de duas horas de depoimento, ele foi encaminhado a uma unidade básica de saúde do Jardim Universo para realizar exames que informem se ele fez uso de drogas ou de álcool no dia do acidente.
"Ele não participou de racha algum: foi vítima de um psicopata do volante e só deixou o local do acidente [sem prestar socorro às vítimas] porque poderia ser linchado se ficasse lá", disse o advogado, que não deu outros detalhes do depoimento do jovem.
No acidente, o motorista do Monza perdeu o controle e atingiu um grupo de oito pessoas que estava conversando na região da Estrada do Rio Grande. Seis com idade entre 13 e 22 anos morreram na hora, e outras duas ficaram feridas. O motorista do Palio fugiu após o acidente, mas foi identificado nesse domingo após denúncia anônima recebida pela polícia de Mogi das Cruzes.
A Polícia Civil não soube informar se o pedreiro preso já tem advogado constituído. Ainda hoje, policiais buscam imagens de câmeras de segurança da região que possam dizer se os dois motoristas disputavam, de fato, um racha, ou não. O material deve subsidiar uma reconstituição que será feita do crime.
Motorista preso confessou racha
Ontem, o motorista do Monza admitiu à polícia que disputava um racha com Batista, afirmou que bebera "só duas cervejas" antes do acidente e resumira: "Ele [o motorista do Palio] me provocou e eu fui atrás", declarou, no 2º DP.
Aparentemente, segundo as investigações, o pedreiro conduzia o veículo a 140 km/h, segundo consta no velocímetro, que ficou travado depois do acidente, em uma via em que a velocidade máxima permitida é de 50 km/h.
De acordo com a polícia, o pedreiro também tentou fugir do local, mas foi impedido por testemunhas. (Com Estadão Conteúdo)