A técnica em enfermagem Laiane dos Santos, de 24 anos, denuncia que foi espancada pelo namorado em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Segundo a vítima, ele ficou com ciúmes após ver uma mensagem de celular que um colega de trabalho da jovem enviou, pois pensou que ela o traiu. O motorista Caio Cesar Ribeiro, de 29 anos, se apresentou à Polícia Civil e confessou a agressão.
“Eu achei que ia morrer. Ele me mandou tirar a roupa, tentou me enforcar, mandou eu andar mais 500 metros dentro da mata e me deu mais socos, uma rasteira e vários chutes na costela”, disse Laiane.
A agressão aconteceu por volta das 23h30 do último dia 15 de setembro. De acordo com a jovem, ela estava com o namorado, com quem se relacionava há dois meses, na casa de uma amiga, quando ele viu as mensagens.
“Meu colega mandou mensagem perguntando se eu estava bem. Ele tomou meu celular, se passou por mim e combinou de ir lá para casa. Falei que podia ir porque não tinha nada a esconder. Aí o rapaz mandou uma localização e disse para eu ir até onde ele estava, quando estava na metade do caminho a localização foi apagada e ele começou com as agressões”, detalha Laiane.
De acordo com a jovem, o namorado deu dois socos dentro do carro. Em seguida, ele parou o veículo e a fez entrar numa mata, quando continuou com a agressão.
“Só pensava na minha filha, de 7 anos, falava para ele ligar para a minha mãe para falar para ela criar minha filha, era a única coisa que eu pedia para ele. Ele gritava muito, me xingava”, conta Laiane.
A vítima relatou que, após a agressão, o namorado a mandou vestir a roupa e a levou para uma delegacia. Ao chegar ao local, os policiais a encaminharam para uma unidade de saúde.
O delegado Rafael Abrão, que está como titular substituto na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), afirmou que o jovem confessou o crime e foi autuado em flagrante por lesão corporal no âmbito da Lei Maria da Penha.
Segundo o investigador, o rapaz disse que “ficou muito nervoso” com a mensagem. No dia seguinte, ele passou por audiência de custódia no Poder Judiciário e foi solto.
De acordo com o delegado, ele aguarda o laudo médico final, mas o exame preliminar já apontou várias lesões no rosto da jovem. Ele continua com a investigação do caso, que deve ser concluída até 30 dias depois da agressão.
Laiane espera que, ao invés de lesão corporal, ele seja indiciado por tentativa de homicídio. A jovem conta que ainda não voltou ao trabalho, pois está com ferimentos no rosto e na boca e, por trabalhar em hospital, ainda está afastada. “Tenho medo de ele aparecer”, lamenta a vítima.