O enterro da administradora de empresas Giselle Távora Araújo, de 42 anos, morta por policiais ao ter o carro confundido com o de criminosos em Fortaleza, no Ceará, aconteceu nesta quarta-feira (13). Agentes de Segurança seguiam de moto ao lado do veículo e , após acharem que no automóvel estavam bandidos, efetuaram vários tiros que atingiram a mulher.
Segundo a filha da vítima, que também estava no veículo, ambas acharam inicialmente que os policiais estavam perseguindo bandidos e por isso aumentaram a velocidade do carro, o que chamou atenção dos PM’s que começaram a perseguir o veículo com mãe e filha.
A Secretaria de Segurança Pública negou esta versão, informando que os policiais pediram para Giselle Távora parar, tentaram acertar o pneu do veículo e acabaram acertando a mesma.
Clara Maria Távora, tia da vítima, contesta a versão da SSP. "Disseram que iam atirar no pneu. Mas pra atirar no pneu tinha que ter furado e ela não podia mais sair do canto, e não tem um furo no pneu, tem em outros locais. Ela não vinha em alta velocidade porque parou no sinal. E um carro que vem foragido não vai parar em sinal, ele quer ultrapassar",contou.
Segundo Clara Maria, sua sobrinha foi morta sem justificativa. "Se tira uma vida sem justificativa, porque eles supunham que era um carro de assaltante. Foi uma vida ceifada brutalmente. Então, não é querer fazer justiça com as mãos, porque não tem como amenizar a dor, mas a gente quer pelo menos... eu não sei".
Sem citar diretamente o caso, o secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, disse em uma entrevista que policiais não devem atirar durante perseguição, exceto quando houver vidas colocadas em risco.
"Em caso de perseguição, a portaria interministerial [que orienta como deve ser ação de policiais] fala que não deve ser efetuado disparo, a não ser que um terceiro elemento esteja colocando sua vida em risco", disse.