Agentes da Polícia Federal prenderam, durante operação realizada na manhã desta quinta-feira (27), um espanhol de 35 anos suspeito de ser um traficante de drogas com atuação na América do Sul, na Europa e na Oceania. Durante a ação, denominada "Monte Perdido", os agentes apreenderam R$ 20 milhões em bens móveis e imóveis, de acordo com o órgão.
Oliver Ortiz de Zarate Martins foi preso em casa - um apartamento triplex, no Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Contra ele, havia um mandado de prisão por tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. De acordo com a PF, Oliver era proprietário da boate The Room, também na Barra, que fechou, e se preparava para abrir outra casa noturna na Lapa, Região Central da cidade.
As investigações contaram com a colaboração da Receita Federal, das polícias de Portugal e da Austrália e de agentes do Drug Enforcement Administration (DEA), dos Estados Unidos.
Estão na lista dos bens sequestrados do espanhol: um lote de 72 mil metros quadrados em Queimados; um lote de 36 metros quadrados em Queimados; apartamento na Barra da Tijuca; casa no Joá; prédio da boate The Room, na Lapa; filial da The Room, na Barra e a loja da academia Ordeza, também na Barra.
De acordo com o delegado Paulo Telles, Oliver vai responder pelo crime de lavagem de dinheiro e pode pegar pena de três até dez anos de prisão. Ele explicou que a rota do tráfico de cocaína para a Europa e a Austrália saía direto da Colômbia e seguia para seus destinos num veleiro.
"Ele não trafica no Brasil. Ele é um grande negociador, um grande fornecedor de drogas para a Austrália e a Europa. Na Austrália, o quilo da cocaína custa mais de R$ 100 mil. Aqui, ele era somente um espanhol com visto de permanência legal, casado e com filho. Um empresário, que embora mal sucedido, já que todos seus negócios faliram, tem um patrimônio de mais de R$ 20 milhões", explicou o delegado.
Bens apreendidos e investigação
Na casa do espanhol, a polícia apreendeu uma Ferrari, duas picapes Hilux, uma moto Harley Davidson, R$ 175 mil, US$ 150 mil e ?110 mil. Não foram encontradas drogas ou armas.
Ainda de acordo com a PF, o espanhol não era procurado por nenhum organismo internacional, como a Interpol, por exemplo. Telles contou também que as investigações sobre Ortiz começaram há cerca de um ano, a pedido da polícia australiana. O pedido veio depois que os australianos aprenderam um veleiro com 300 quilos de cocaína e prenderam quatro espanhóis.
"Na ocasião a polícia australiana desconfiava de que o veleiro pertencia ao espanhol, mas não tinha como provar e nos alertou para ficarmos de olho nele. Passamos a investigá-lo e com a ajuda da Receita Federal vimos que ele tinha um patrimônio incompatível com os negócios que mantinha no Rio" acrescentou Telles, destacando que Ortiz mora no Brasil desde 2009.