Raiane Dantas de Jesus tinha 19 anos e dividia seu tempo entre os estudos e o trabalho como vendedora. Moradora de Rocha Miranda, a jovem chamava atenção pela sua baixa estatura: 1,60m. No dia 30 de outubro de 2012, ela saiu de casa depois do jantar e não voltou. A poucos metros de sua casa, foi capturada por traficantes da favela Faz Quem Quer, que a torturaram e depois a executaram com 19 tiros de fuzil.
Mesmo involuntariamente, a menina foi mais uma vítima da guerra entre traficantes de Madureira e Rocha Miranda. Segundo o inquérito da Divisão de Homicídios (DH), Douglas Donato Pereira, o Dina, Luciano Guimarães Moreira, o Chiba, e mais quatro traficantes da Faz Quem Quer, ainda não identificados, tinham a intenção de atingir Leonardo da Costa, o Leo 22, com a morte de Raiane. Meses antes, Leonardo havia fugido da Faz Quem Quer com dez fuzis para a favela da Serrinha, em Madureira, onde se juntou a uma facção rival. Testemunhas contaram à DH que os traficantes achavam que os dois tinham um relacionamento.
O pai da menina, Fábio de Jesus, entretanto, nega o caso entre os dois. Segundo ele, os dois só conversaram durante um baile funk na favela. Fábio também afirma que um dos Bandido é um dos soldados da facção
Um dos autores do crime, identificado pela DH, está foragido. Douglas Donato Pereira, o Dina, é um dos atiradores da facção que ocupa a Faz Quem Quer e não tem receio de mostrar armas nas redes sociais. Em seu perfil no Facebook, exibe um fuzil enfeitado com seu apelido e a expressão ?Trem Bala? . Nos comentários, ele ameaça: ?Não passa nada e nem pode. Se passar o Dina explode?.
A polícia chegou à identificação dele a partir do monitoramento de sua família. Natural da Vila Cruzeiro, ele divide seu tempo, após chegada da UPP, entre o Juramento e a Faz Quem Quer, onde mora sua avó. Todo mês, ele visita a mãe, na Vila Cruzeiro.
? Tivemos que fazer pesquisas em nosso sistema para nos aproximar do perfil do bandido, que tem familiares na Penha e na Faz Quem Quer. Depois, ele foi reconhecido pela família da vítima ? afirma o delegado Alexandre Herdy, da DH.