Trama golpista de kids pretos estudou caso Marielle para driblar rastreamento de localização e mensagens, diz PF

Militares acusados de planejar assassinato usaram “técnicas de anomização” para evitar rastreamento, conforme documentos apreendidos pela PF.

Polícia Federal deflagrou operação que investiga plano para matar Lula, Alckmin e Moraes | Divulgação/PF
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A Polícia Federal (PF) descobriu, durante a Operação Contragolpe, que militares envolvidos em um plano para assassinar o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, usaram "técnicas de anomização" para evitar rastreamento de suas comunicações e localização. 

Nos documentos apreendidos, foi encontrado um arquivo chamado "Apostila_Anomização", que detalha estratégias para dificultar a identificação de usuários de telefones, com base em exemplos de investigações como o caso Marielle Franco, no qual as antenas de celular foram usadas para rastrear os criminosos.

Em relação ao caso Marielle, o documento alerta que a PF conseguiu rastrear a geolocalização do assassino confesso Ronnie Lessa, apesar registro da linha telefônica dele estar no CPF de outra pessoa.

"Apesar de não se tratar de crime cibernético propriamente dito, dá para se ter uma ideia aqui de como se deram as investigações para chegar até os assassinos, principalmente porque nas fases anteriores ao crime houve uso de celular e pesquisas na internet que serviram de pista e de provas para a condenação dos assassinos", diz o documento apreendido pela PF.

COMUNICAÇÃO SEM SER IDENTIFICADO

A investigação revelou que os militares, especializados em sabotagem e insurgência, adotaram essas táticas, previstas nas doutrinas de Forças Especiais do Exército, para se comunicarem sem serem detectados. 

A INVESTIGAÇÃO

A Operação Contragolpe foi deflagrada nesta terça-feira (19) pela Polícia Federal. Entre os alvos estão militares da reserva, incluindo o general Mário Fernandes, o assessor do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ), e o policial federal Wladimir Matos Soares. A operação investiga ações golpistas ocorridas após as eleições de 2022.

A PF constatou que eles utilizavam telefones registrados em nomes de terceiros para formar um grupo no aplicativo Signal, chamado "Copa 2022", onde discutiam ações para sequestrar e matar o ministro do STF, Alexandre de Moraes, usando codinomes inspirados em países da Copa do Mundo daquele ano.

Com informações de O Globo

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